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Ataque Verbal (part. Sinfônica D'Perifa)

Opacos Mc's

Letra

    Pássaros voam, ao som que ecoa me cheira a morte
    Projétil corta o ar calibre Kalashnicov
    Favela, aos 4 cantos impera o medo
    Dignidade vivendo aqui se ganha com respeito

    O que rouba pra viver não quer viver em apartamento
    Pagando de Hilux dando o cu pros boy no centro
    Visando seu status, luxo, conforto
    Diamante pra amante saldo positivo no banco

    Aqui é o outro lado burguês desconhecido
    Ao olho social a linha do inimigo
    O lado esquecido, moradia de bandido
    Não ultrapasse a placa de local proibido

    Ninguém aqui mata por matar filho de rico
    Só quer ver o arroz no prato do seu filho
    Pedi, mas o governo não me deu emprego
    Preferiu me vê enterrando indigente no cimento

    Tentei não me quiseram trilhando o caminho certo
    Não valeu camisa rasgada bermuda e chinelo
    O filho do juiz mandou 2 pro necrotério
    No acidente encaixaram só porque usava um terno

    Agora quero o sangue do empresário
    Que explora o faxineiro, seu mísero salário
    Policia vem aqui, descarrega os ferro
    Traficantes não aceitam e dão início ao inferno

    Vida batalha longe de acabar
    O sistema aqui te cria depois manda exterminar
    Cabeça de pobre que rola sem razão
    Descaso da lei porca lotação na detenção

    Brasil quem não viu, puta que o pariu
    Onde se explora do trabalho idoso ao infantil
    Ainda tem cu que vai pra copa e diz: Eu sou brasileiro
    E o pretinho aqui pra ver um jogo, saca o dinheiro!

    A minha voz, não calo, não pago pau, otário
    Meu cenário, caráter em sangue lapidado
    Meu esforço pra eles, não vale 1 real
    Então engatilho meu ódio num ataque verbal

    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!
    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!
    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!
    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!

    Tô cansado de ver o engravatado de olhos fechados
    Os mala descendo viela de farol apagado
    Exterminando inocentes e o colarinho branco faz o quê?

    O cano do fuzil reflete o lado ruim do Brasil
    Policia viela troca de tiro dentro e fora da favela
    Rastros de sangue, gente sem terra
    Corrupção desemprego mundo em guerra

    Feliz a cidade que nos tempos de paz teme a guerra
    O mundo é desse jeito que
    Um lugar perigoso de se viver
    Não por causa daqueles que fazem o mal
    Mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer

    Quanta injustiça quanta maldade
    Um ódio injetado no meio da sociedade

    Que porra é o sistema que atira e morra
    Então vamo a toda nessa zorra atacar verbalmente
    E o pulmão manda pra boca a voz que ecoa na sua mente
    É quente chefão vê se guenta, então

    Tamo com mic na mão mandando rimas traçantes em sua direção
    Quanta pressão da opressão dos cuzão de arma na mão
    Que sem razão atira pra matar efetua a prisão

    Tamo a favor da favela é pelos becos, viela
    Pela luta do mano de bombeta
    Bate no peito guerreiro não abaixa a cabeça
    E do poder vão tremer se cagar quando ver

    Que o pretinho la da quebra venceu sem ter que ser
    Psicopata, latrô, assassino, agressor
    E o cruel matador que nem se vê todo dia
    Guarda jornal senta espirra bagulho loco que é a vida

    Enquanto uns regenera mais de mil, vai na fita
    Essa e a trilha da gente, tamo aí com os opacos atacar verbalmente

    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!
    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!
    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!
    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!

    Não existe alegria sistema choque de enguia
    Se não mata deixa sequela pra toda vida
    Sangue jorra clek pum miolo espalha
    Brasil é campeão haha e o crime não para

    Não usei meu raciocínio pra cantar feito os putinho
    Rebola cu no domingo pro Faustão achar bonito
    Nasci pra ser com a 12 que entra a mil na mansão
    Esquece uísque avião cala a boca e deita no chão

    O ator tem mansão Rolex cão na novela
    O preto usa munição boca oitão na favela
    É o ciclo do canibalismo que não tende acabar
    Já prevejo a guerra civil com tendência nuclear

    Ladrão de avião levando malote pro Iraque
    Traficando munição, nos Emirados Árabes
    Seu filho morrendo porque o petróleo tá em baixa
    Pelo dinheiro que na zona o patrão deixou no caixa

    O desprezo que o milionário expõe ao 7 palmos de terra
    Volta em terror coquetel molotov na janela

    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!
    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!
    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!
    Tack, tack, tack, ta-tack, ataque verbal!

    Composição: Mano Gueto / Vulgo Neguin. Essa informação está errada? Nos avise.

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