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Eu Sou

Opanijé

Letra

    Assumimos a autoria do atentado
    Que vitimou sua mente sabotou seu planejado
    O que tava escrito, descrito parecia fechado
    Ouvi seu grito bonito, como cara de assustado
    Seu sofrimento não repõe o que a gente perdeu
    Mas mostrou que não foi à toa que Zumbi morreu
    Revolucionário e marginal como Jesus
    Pra combater o seu encosto um espírito de luz
    Posso ser pacificador ou a bala dum-dum
    A paz de Oxalá ou a guerra de Ogum
    Falar de falsidade, falar de amor
    Da riqueza de Oxum ou da Justiça de Xangô
    Driblando a falta de oportunidade e de dinheiro
    Usando a criatividade como todo brasileiro
    Tum-dum-dum! O futuro bate na sua porta
    Melhor abrir senão ele arromba e não tem volta
    Talento, conhecimento acima do esperado
    Bem mais que um cabelo crespo e um membro avantajado
    Coitado de você que achou que a gente iria
    Se vender por tão pouco e aceitar sua mixaria
    Quem não queria deixar a correria e andar portando...
    Ser preto do gueto igual no filme americano
    Meter o pau nos ditos intelectuais
    Que o rap fosse da rua e não da casa dos pais
    Bem mais que isso é o que a gente constrói
    Realidade é bem mais que o gibi de super-herói
    Bem mais que o que você pensou eu sou
    Sou a justiça, sou a notícia, eu sou a dor

    Eu sou aquele que esnoba sua fama
    Eu sou aquele que tenta ser diferente
    Organização Popular Africana Negros Invertendo o Jogo excludente

    Eu sou aquele preto que jamais se engana
    Eu sou aquele que invade sua mente
    Organização Popular Africana Negros Invertendo o Jogo excludente

    Belicamente eu sou o terrorista pacifista
    Que na entrevista foi tratado como artista
    Ativista, atitude tá na ação e não no estoque
    Nem só na palavra ou no cabelo dreadslock
    Sou muito mais que ritmo, muito mais que poesia
    Muito mais político, muito mais democracia
    Muito mais que crítico muito mais sabedoria
    Mais analítico, mais anarquia.
    Eu sou o rap (três letras que já dizem tudo)
    Eu sou Zumbi, sou Jesus, sou o absurdo
    Abcegos, abmudos que vão cantando em coro
    Esquisito, maldito, eu sou o agouro
    Eu sou isso, aquilo que ainda é marginal
    Hip hop, a família educação informal
    Meus ideais, aquilo que o dinheiro não compra
    Porque vivo num quilombo vivo que te mete bronca
    Opanijé: o enigma é só decifrar
    Ou a esfinge que não finge vai te devorar
    Ou mais: a musicalidade aqui é consciente
    Esse é o nosso jeito de invadir a sua mente
    Nem esquerda nem direita nem em cima do muro
    Fui passado, sou presente e quero ser futuro
    Eu sou Rone, um membro da organização
    Bala dum dum no pente, explode a revolução

    Som de ladrão, postura marginal em vez de pose
    Destruição que eu causo com a palavra e não com a 12
    Demolição da mansão dos seus super heróis
    Que agora, ao relento, precisam da sua voz
    Sem meio termo, amado e odiado de verdade
    Impossível prender um pensamento atrás das grades
    Eu sou quem mata com a própria gravata do doutor
    Eu sou a lida, eu sou a vida, eu sou o amor

    Eu sou aquele que esnoba
    sua fama
    Eu sou aquele que tenta ser diferente
    Organização Popular
    Africana
    Negros Invertendo o Jogo excludente

    Eu sou o vento que sopra o seu castelo de areia
    A mosca presa pela aranha que destrói sua teia
    Sangue na veia, de Angola, de Kêtu, Nagô
    E se quiser saber quem sou não basta ver minha cor
    Invertendo o jogo excludente de todas as formas
    Por todos os meios necessários, quebrando normas
    Normal só se for pra você que vem de fora
    Que pede, implora e não aprende nem na tora
    E agora chora dizendo que a gente é revanchista
    Que o rap é machista, o próprio preto é racista
    Desista!
    A gente não cai mais nessa cilada
    E nem insista porque você ta fora da jogada
    A minha história não vai ser riscada com giz
    E na memória, a minha meta eu quero ser feliz
    E vou sem medo, atropelo quem quiser me parar
    Em cada dedo eu carrego uma bomba nuclear
    Quem eu sou? Certamente bem melhor do que era
    E sei que vou conquistar aquilo que você espera
    Sou aquele que carrega a energia de um guerreiro
    Do ventre da Mãe África, nasci brasileiro
    Sou o negrume da noite que reluziu o dia
    Eu sou a fuga da senzala, a carta de alforria
    Entre todos os nomes sou o mais belo dos belos
    Não me impressiona o seu cabelo liso amarelo
    Eu sou forjado no fogo feito o ferro da espada
    Que me ensinou o caminho certo na encruzilhada
    O indutor que invade a mente alheia
    Eu sou aquele que nasceu com sangue de rei na veia
    Sou da Família Real, mas não sou o próprio rei
    Sou legal, sou leal, mas eu sou fora da lei
    Eu sou mutante, no meu DNA outra raça
    Sou o cão que ladra e a caravana que passa
    Sou o clic que faltava pra ligar sua consciência
    O clic que faltava pra falta de inteligência
    Eu sou o clic sem clec, sem atirar em ninguém
    Sou a realidade sem clic-clec-bang!


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