Vivência de Trap (part. Oruam, Feek e SHENLONG)

Ascensão e identidade periférica em “Vivência de Trap”

Em “Vivência de Trap (part. Oruam, Feek e SHENLONG)”, Orochi e seus parceiros exploram a ostentação material e o estilo de vida conquistado por meio do trap, mas também destacam a trajetória de superação e ascensão social dos artistas. O contexto do álbum “Vida Cara Deluxe” reforça essa dualidade: a música não só exibe o luxo e o conforto alcançados, mas também valoriza a autenticidade de quem veio da periferia e agora vive uma realidade transformada pelo sucesso no trap nacional.

A letra traz referências diretas ao consumo de dinheiro, festas, mulheres e carros, como em “Outra mansão em outra cidade / Contando dinheiro e tacando nas paty”, ao mesmo tempo em que menciona a vivência urbana e a relação com o crime, tratada mais como pano de fundo do que como apologia. Expressões como “dinheiro de trap” e “vida cara, mano, isso não é filme de ação” evidenciam o contraste entre o luxo conquistado e a dureza do passado. O refrão “gastando dinheiro, porque nós tem mais do que o suficiente / isso é vivência de trap” resume o orgulho de superar dificuldades e ostentar, sem esquecer as origens e os riscos, como em “se entrar no caminho da tropa, sabe que nós tem muita bala no pente”. Assim, a música vai além da exaltação do luxo, funcionando como um manifesto de pertencimento e conquista dentro do trap brasileiro.