Querência Azul

A Beleza e a Harmonia da Vida Rural em 'Querência Azul'

A música 'Querência Azul', interpretada pelo grupo Os Muuripás, é uma celebração poética da vida no campo, especialmente no sul do Brasil. A letra começa descrevendo o amanhecer, onde os sons da natureza e da vida rural se misturam em uma sinfonia harmoniosa. O canto dos pássaros, o mugido dos touros e o ranger das carroças são elementos que compõem o cenário bucólico e tranquilo da querência, termo que no sul do Brasil se refere ao lugar de origem ou ao lar querido.

A segunda estrofe traz uma imagem visual rica e colorida, onde o sol transforma o sereno em arco-íris e a brisa carrega o perfume das flores. Essa descrição não só enaltece a beleza natural do campo, mas também sugere uma conexão profunda e harmoniosa entre os elementos da natureza. Os beija-flores, ao beijarem as flores, simbolizam essa interação delicada e faceira, reforçando a ideia de um ecossistema equilibrado e cheio de vida.

A música também aborda a fartura e a diversidade da vida rural, mencionando as colheitas de milho no verão e de trigo no inverno, além da colaboração entre peões e patrões. Essa cooperação é destacada como uma característica essencial da vida no campo, onde todos trabalham juntos em mutirões e celebram com canções. A letra finaliza com uma reflexão sobre a relação entre homens, animais e a natureza, mostrando como todos colhem a vida dessa fonte generosa. A imagem da sanga (pequeno riacho) dividindo as coxilhas (colinas) e os tropéis de baguais (cavalos selvagens) e éguas tordilhas (de pelagem cinza) reforça a ideia de um ambiente natural e próspero, onde a vida flui de maneira serena e abundante.