Atractivo Encontramos En Lo Mas Repugnante

Entre o Belo e o Repugnante: Uma Análise de 'Atractivo Encontramos En Lo Mas Repugnante' de Panda

A música 'Atractivo Encontramos En Lo Mas Repugnante' da banda mexicana Panda, também conhecida como PXNDX, mergulha em uma complexa narrativa de amor e desilusão, explorando a linha tênue entre a beleza e o grotesco. A letra inicia com uma descrição quase sagrada da amada, elevando-a a um patamar de divindade, onde o eu lírico se prepara para um ritual, simbolizando a adoração e a idealização do ser amado. Este ato de 'banhar de ouro' e idolatrar como uma estátua sugere uma veneração que beira o inatingível, destacando a irrealidade da percepção do amante.

No entanto, a música rapidamente se desdobra para revelar uma realidade mais sombria e complexa. A 'mirada profunda e fría' da amada é evitada para que o eu lírico não se transforme em pedra, uma metáfora que pode aludir ao mito de Medusa, onde o encanto fatal transforma admiradores em pedra, simbolizando o perigo de se aproximar demasiadamente do idealizado. A repetição do verso 'El poeta se va' sugere uma desistência, uma retirada do artista diante da impossibilidade de alcançar ou manter o amor idealizado, marcado ainda mais pela rejeição simbolizada pelos 'abucheos' (vaias).

A música também aborda temas de tempo e deterioração, onde 'El tiempo se come nuestras vidas' reflete a erosão do amor e das relações pelo tempo, deteriorando 'la herida' do amor que já foi excelso. A menção de uma 'carta de amor' que se deseja lançar ao fogo indica um desejo de purificar ou destruir as memórias de um amor que agora causa dor, mostrando a luta interna entre o desejo de preservar e o impulso de extinguir as lembranças dolorosas.