¡ SOMOS !

Papillon

As lágrimas também dançam
As dádivas também cansam
Milagres acontecem e passam
Ainda há tanto, tanto amor guardado

Eu nasci livre, servil num mundo que gira à volta do sol
Só mais um puto que queria ser astro no futebol
Mas os sonhos mudam como mudam as estações do ano
Música fez com Rui o que a bola fez com o Cristiano

Lembra a criança cheia de sonhos e coisas na cabeça
E do casulo que deu asas a essa imaginação
Lembra a magia que faz com que qualquer sonho aconteça
Nada tá determinado quando há determinação

Se eu pudesse voltar atrás, contava-te esta história
Pra libertar o teu coração dessa prisão da mente
Se eu fosse uma canção, seria feita em tua glória
E sempre que eu tocar vais lembrar quem tu és realmente

Treze anos atrás pensei na ideia de deixar de existir
Mas algo maior não foi capaz de me deixar desistir
Fez-me sonhar e sentir que ainda não era a minha hora
E fez-me ver o futuro que eu tou a viver agora

Fui atrás dessa visão, fiz dela a minha missão
Com a fé que um dia pudesses ouvir esta gravação
Com a fé que ouvindo descubras em ti a salvação
E inspiração p'a converter dor em recordação

Treze anos depois e eu estou grato só por estar aqui
Meus dias são dedicados a fazer os outros sorrir
A criar memórias que a alma precisa p'a se nutrir
Todos os dias há uma nova bênção p'a descobrir

Somos parte de algo bem maior que a soma das partes
Somos água, terra, fogo, ar, astros e gravidade
Somos sinfonia divina e somos nós que a compomos
É hora de viver como os milagres que nós somos

Não tás aqui p'a ser perfeito (não tás aqui p'a ser perfeito)
Tu só tás aqui p'a ser (tu só tás aqui p'a ser)
Não tás aqui p'a ser perfeito (não tás aqui p'a ser perfeito)
Só tás aqui p'a ser

As lágrimas também dançam
As dádivas também cansam
Milagres acontecem e passam
Ainda há tanto, tanto amor guardado

Pra nós
Pra nós
Pra nós
Milagres também somos nós

Pra nós
Pra nós
Pra nós
Milagres também somos nós
Milagres também somos nós

O que é que queres dizer com isso?
Quero dizer que agora já sei quem tu és
Como assim sabes quem eu sou? Do que é que estás a falar?
Estou a falar de ti
Eu sei quem tu és e também te perdoo

Perdoas o quê? O que é que há para perdoar?
Querias ouvir a minha história, certo?
Mas para contar a minha história,
eu tenho que contar a história
da criança inocente, mas cheia de coisas na cabeça

Que um dia, a voltar de carro com o pai,
chegou a casa e, sem saber, tomou a decisão mais difícil da sua vida
Os pais estavam a discutir, altos gritos
E tudo o que ele queria
Era que eles parassem e fossem carinhosos um com o outro

A criança sentia-se impotente perante aquele caos
O pai acusou a mãe, a mãe acusou o pai
E ambos se dirigiram à criança
À procura de uma confirmação para as suas narrativas

A criança lembrou-se da educação que lhe foi passada pelos pais
Lembrou-se que lhe ensinaram a dizer sempre a verdade
E foi o que ela fez
A criança disse a sua verdade, mas a discussão só piorou

A mãe tinha um misto de raiva e desilusão nos olhos
Que a criança nunca mais vai esquecer
A família separou-se nesse dia
E desde então, a criança carrega a culpa da separação
E essa culpa moldou todas as suas escolhas daí para a frente

Ela entendeu o peso que cada decisão tem na vida
Então cresceu a analisar todas as possibilidades
E, para se proteger, a criança cresceu presa num limbo
que ela própria construiu, dentro da sua cabeça

Uma máquina de pensamentos ruminantes,
feita para conversar com todas as suas futuras versões
Para obter todas as respostas
e nunca mais repetir um erro tão doloroso como o daquele dia
Agora, era suposto eu escolher uma das portas e repetir o ciclo outra vez

Para que a criança obtivesse mais informação
E continuasse aqui, protegida, mas presa
Sem nunca ter a oportunidade de viver uma vida fora da sua própria cabeça
Essa criança és tu
Tu és a criança que eu fui, essa é a nossa história

Não precisas mais de te esconder atrás disto tudo
Agora eu já sei o que tu passaste e a culpa que carregaste este tempo todo
Perguntaste-me porque é que eu estou aqui, certo?
Eu estou aqui para te dizer que te perdoo, que a culpa não foi tua

Que a mãe te ama e eu também
Tu já és a melhor versão de ti próprio
Não precisas de provar mais nada
E acredita, esse amor que tu tanto queres vai-te encontrar no fim

Eu sei porque já lá estive
Já vivi todas as vidas que eu precisava viver
Já aprendi o que precisava aprender com a vida
Agora estou aqui para trocar de lugar contigo
E dar-te essa possibilidade também

Desta vez eu fico aqui, não sou eu que vou escolher uma porta
Desta vez quem vais escolher a porta és tu, ok?
Ok


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