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Meu Refúgio

Patrick Bruel

Mon Repère

Tout seul sur ce banc, c'est idiot mais j'attends
J'ai encore deux trois questions, pour reprendre la discussion
Je sais bien qu'tu n'viendras pas, que tu ne viendras plus
Tu es parti tellement vite, mon ami, mon grand frère
L'avenue Victor Hugo résonne encore de tes mots
Ils sont partout dans ce couloir, et l'odeur d'un cigare

Dis, est-ce que c'est l'heure de grandir
Tu me laisses face à moi
Me laisses-tu le choix
Dis, toi qui voyais tout venir
Si tu savais ici
Si tu savais, mon Guy

Je reviens dans ta rue chercher quoi je ne sais pas
Cette lumière à ta fenêtre quand tu triais mes peut-être
Et que tout devenait clair
J'ai perdu mon repère

Le froid tombe sur ce banc, dans mon silence je t'entends
Je revois nos 14 mai, nos déjeuners, nos fous rires
Qui nous rendaient pour quelques heures heureux de vieillir

Dis, Est-ce que c'est l'heure de grandir
Tu me laisses face à quoi
Me laisses-tu le choix?
Oui, toi qui voyais l'avenir
Si tu savais ici
Mais tu savais, mon Guy

Tellement seul, seul
Seul mon ami, mon grand frère
Mon chagrin, mon repère
J'ai le monde à l'envers

Tu pars, tu pars
Tu pars plus haut que ces étoiles
Qui t'attendent tout à l'heure
Pour une haie d'honneur

Guy avait des idéaux d'enfant et des armes de vieux singe
Dans le désordre il aimait le vin, sa famille, le droit constit'
Ses étudiants, ses potes, les casinos, son scooter
Les soirées d'été qui traînaient sur les terrasses, la France
La France éperdument

Guy aimait gagner en partant de situations compliquées
Comme si la vie était un grand casse-tête qu'il se réjouissait d'essayer de résoudre
Pour les autres, toujours pour les autres qui se sentent tellement seuls aujourd'hui
Les week-ends à Evian
Ses cravates improbables
Et puis Claire
Claire, dessine-moi un Guy

Meu Refúgio

Sozinho nesse banco, é idiota, mas eu espero
Ainda tenho duas ou três perguntas, pra retomar a conversa
Sei bem que você não vai vir, que não vai mais voltar
Você foi embora tão rápido, meu amigo, meu irmão mais velho
A avenida Victor Hugo ainda ecoa suas palavras
Elas estão por toda parte nesse corredor, e o cheiro de um charuto

Diz, é hora de crescer?
Você me deixa cara a cara comigo
Você me deixa escolher?
Diz, você que via tudo acontecer
Se você soubesse aqui
Se você soubesse, meu Guy

Eu volto pra sua rua buscar o que não sei
Aquela luz na sua janela quando você filtrava meus talvez
E tudo ficava claro
Eu perdi meu refúgio

O frio cai sobre esse banco, no meu silêncio eu te ouço
Revejo nossos 14 de maio, nossos almoços, nossas risadas
Que nos faziam felizes por algumas horas, envelhecendo

Diz, é hora de crescer?
Você me deixa cara a cara com o quê?
Você me deixa escolher?
Sim, você que via o futuro
Se você soubesse aqui
Mas você sabia, meu Guy

Tão sozinho, sozinho
Sozinho, meu amigo, meu irmão mais velho
Minha dor, meu refúgio
Eu tenho o mundo de cabeça pra baixo

Você vai, você vai
Você vai mais alto que essas estrelas
Que te esperam logo mais
Pra uma salva de palmas

Guy tinha ideais de criança e armas de velho sábio
No caos, ele amava o vinho, sua família, a constituição
Seus alunos, seus amigos, os cassinos, sua scooter
As noites de verão que se arrastavam nas varandas, a França
A França desesperadamente

Guy amava vencer saindo de situações complicadas
Como se a vida fosse um grande quebra-cabeça que ele se alegrava em tentar resolver
Para os outros, sempre para os outros que se sentem tão sozinhos hoje
Os finais de semana em Evian
Suas gravatas improváveis
E então Claire
Claire, desenhe um Guy pra mim

Composição: Amanda Sthers / Marie-Florence Gros / Patrick Bruel