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Boca do Inferno

Paulo Araújo

Letra

    Quem fez da cidade gula preguiça luxúria não fui eu
    Ah, mas bem que invejo o Criador
    Que em plena soberba desceu toda santa ira e fudeu
    E com avareza nos deixou
    Esse paraíso com a brisa do fogo eterno
    Tênue linha entre o céu e o inferno

    Se pequei Senhor, foi por deixarem tanto rabo à exposição
    Essa penitência, eu devo a quem?
    Rogo a indulgência, eu contrito, me afogando no galão
    Lembro-me da morte e digo amém
    Salve esse povo que sustenta o mercado
    Era tanto padre e pastor desempregado

    Eu sou
    A má companhia
    Extravagante barroco
    Eu prego a peça
    Eu faço a promessa
    Pro santo do pau oco

    Eu não vi a cor, não vi o braço, nem os dedos ou o anel
    Quando a espada decepou
    Estava na alcova com uma tronga, fornicando no papel
    Desaforos ao nosso Feitor
    Rezo com a mão que por ai inda fustiga
    Na busca do gozo, e o rosário me fatiga

    Sim, pequei Senhor, mas vossa ovelha desgarrada se perdeu
    Diante da oferta abundante
    Se nessa cidade a verdade vós plantastes, quem colheu?
    Triste exemplo, ó quão dessemelhante
    Mas vosso perdão de tão divino, não se esgota
    Diz-me Pastor, do lupanar já bato à porta

    Eu sou
    Triste Bahia
    Ad aeternum
    Na queda de braço
    Eu sou o cachaço
    A boca do inferno


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