É Lisboa a Namorar
Paulo Bragança
Cortesã das minhas noites
Donzela do Sol a pino
Miúda a pedir açoites
Mulher do meu desatino
Menina das Amoreiras
Peixeira da beira-mar
Todas são namoradeiras
É Lisboa a namorar
Ai Lisboa quem pudesse
Ser a proa da fragata
Que rasga quando anoitece
O seu vestido de prata
Afagar com dedos brandos
Como beijos na maré
A tua boca de morangos
Vendida no Cais Sodré
A primeira mostra o peito
A segunda a roupa branca
A terceira sem defeito
A quarta rebola a anca
Há Lisboa em todas elas
A mostrarem cada uma
As rendinhas amarelas
Do seu saiote de espuma
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