Aprendi Com Mangangá

A Força Ancestral e a Malandragem em 'Aprendi Com Mangangá'

A música 'Aprendi Com Mangangá' de Paulo Rick Canario é uma celebração da malandragem e da força ancestral que permeia a vida do protagonista. Desde o início, a letra estabelece um tom de desafio e autoconfiança, com o eu lírico afirmando que aprendeu a ser malandro com o mangangá, uma figura que pode ser interpretada como um símbolo de resistência e astúcia. A malandragem aqui não é apenas uma questão de esperteza, mas também de sobrevivência e sabedoria adquirida ao longo do tempo.

O eu lírico se apresenta como alguém protegido por forças superiores, mencionando que é 'filho do sol e neto da lua', o que sugere uma conexão profunda com elementos naturais e espirituais. Essa proteção é reforçada pela referência a Aruanda, um lugar mítico na tradição afro-brasileira, associado a espíritos e guias ancestrais. A menção ao tambor, ao sangue nos olhos e à ginga no pé reforça a ideia de que a música e a dança são formas de expressão e resistência cultural, carregando consigo a força e a fé dos ancestrais.

A letra também destaca a importância da comunidade e da ancestralidade, com o eu lírico afirmando que leva consigo sua banda e é guiado por seus ancestrais. O axé, uma energia espiritual positiva, é mencionado como vindo de Aruanda, reforçando a ideia de que a força e a proteção vêm de uma fonte espiritual e cultural profunda. A música, portanto, é uma ode à resistência, à malandragem e à força ancestral que guia e protege o protagonista em sua jornada.