Guantanamera

Orgulho e identidade cubana em “Guantanamera” de Pérez Prado

A versão de “Guantanamera” por Pérez Prado mostra como a música, mesmo sendo um símbolo tradicional cubano, pode ganhar novos contornos sem perder sua essência. Ao adaptar a canção para o ritmo do mambo, Prado mantém o sentimento de orgulho nacional e a simplicidade poética presentes na letra, baseada nos “Versos Sencillos” de José Martí. O trecho “Yo soy un hombre sincero, de donde crece la palma” (“Sou um homem sincero, de onde cresce a palmeira”) destaca a autenticidade e a ligação do eu lírico com a terra e a cultura cubana, reforçando o senso de identidade e pertencimento.

Outro verso marcante, “Cultivo una rosa blanca, en julio como en enero / Para el amigo sincero, que me da su mano franca” (“Cultivo uma rosa branca, em julho como em janeiro / Para o amigo sincero, que me dá sua mão franca”), usa a rosa branca como símbolo de pureza, amizade e paz. A mensagem é clara: tratar com bondade tanto amigos quanto adversários, valorizando a generosidade e a reconciliação. Já a frase “Mi verso es un ciervo herido, que busca en el monte amparo” (“Meu verso é um cervo ferido, que busca abrigo no monte”) expressa vulnerabilidade e a busca por proteção, mostrando que a arte nasce do sofrimento, mas também da esperança. Assim, “Guantanamera” permanece como um hino de sinceridade, solidariedade e orgulho cubano, renovado pela energia do arranjo de Pérez Prado.