Nightman
At the dead of night, I woke
with the sense that my dreams were escaping,
all uncannily unspoken
like words at the tip of a foreign tongue...
As for language, I have none
to express quite what strangeness overwhelms me:
something's changed and something tells me
to be still in the roar of the distant stars.
The night's full of fire, ice and water;
by day I'll have clay in my hands.
The book is open at a well-thumbed mark
the odds are stacked that I'm facing.
Eyes grown accustomed to light and dark
can't catch the shadows they're chasing.
Open, my heart, to the vital spark -
a disordered rhythm is racing,
it's a dance macabre I'm tracing.
As the fire feeds the flame,
as the tongue finds expression in its flickering,
does each breath inform a name
to be dispersed just a soon as it's exhaled?
Was it to myself I came
or to some other strange and parallel existence?
Will I ever see tomorrow,
to wake and begin it again?
Open, the book at a well-read page,
hope triumphs over expectation;
open, the secrets of seer and sage
in awe-inspired anticipation...
Open, my mind in the body's cage,
unchained in consecration;
open, my eyes, to the wider stage
the firestorm of liberation -
the night in conflagration.
With a shiver down my spine
I come back to the place where I started;
the sea of consciousness has parted
but stranded is all that I feel for sure.
As nightsight declines into darkness
by day there'll be clay in my hands.
I may feel the clay in my hands.
Homem da Noite
No meio da noite, eu acordei
com a sensação de que meus sonhos estavam escapando,
tudo estranhamente não dito
como palavras na ponta de uma língua estrangeira...
Quanto à linguagem, eu não tenho nenhuma
para expressar bem a estranheza que me domina:
algo mudou e algo me diz
para ficar parado no rugido das estrelas distantes.
A noite está cheia de fogo, gelo e água;
de dia eu terei barro nas mãos.
O livro está aberto em uma página bem marcada
as probabilidades estão contra mim.
Olhos acostumados à luz e à escuridão
não conseguem pegar as sombras que estão perseguindo.
Abra, meu coração, para a faísca vital -
um ritmo desordenado está acelerando,
é uma dança macabra que estou traçando.
Assim como o fogo alimenta a chama,
assim como a língua encontra expressão em seu brilho,
cada respiração informa um nome
que será disperso assim que for exalado?
Foi a mim mesmo que vim
ou a alguma outra existência estranha e paralela?
Eu verei amanhã,
para acordar e começar tudo de novo?
Abra, o livro em uma página bem lida,
a esperança triunfa sobre a expectativa;
abra, os segredos do vidente e do sábio
em uma antecipação inspirada pela admiração...
Abra, minha mente na jaula do corpo,
desencadeada em consagração;
abra, meus olhos, para o palco mais amplo
a tempestade de fogo da libertação -
a noite em conflagração.
Com um arrepio na espinha
eu volto ao lugar onde comecei;
o mar da consciência se partiu
mas tudo que sinto com certeza está preso.
À medida que a visão noturna se dissolve na escuridão
de dia haverá barro nas minhas mãos.
Eu posso sentir o barro nas minhas mãos.
Composição: Peter Hammill