Toxidade (part. Neckklace e vvallace)

Luxo e conflitos internos em “Toxidade (part. Neckklace e vvallace)”

A música “Toxidade (part. Neckklace e vvallace)”, de Phl Notunrboy, aborda de forma direta o contraste entre o brilho da fama e as consequências emocionais e morais desse estilo de vida. A letra utiliza imagens de joias e luxo — como em “minhas correntes balançam de acordo com o vento” e “joia linda, mas tem toxidade” — para mostrar que o sucesso material também traz algo corrosivo e perigoso por trás da aparência reluzente. O termo “toxidade” funciona como metáfora para a dualidade entre o exterior glamouroso e os conflitos internos, especialmente ligados ao ego e à pressão social, como nos versos “Eles esperam muito de mim / O meu ego vai causar meu fim”.

A canção também fala sobre manipulação da verdade e adaptação de personalidades como formas de sobrevivência no ambiente competitivo de São Paulo, evidenciado em “Eu não minto, manipulo a verdade” e “Duas hoes, duas personalidades”. O verso “Bem-vindo a São Paulo, welcome tô hell” (Bem-vindo a São Paulo, bem-vindo ao inferno) conecta a experiência dos artistas ao cenário urbano, sugerindo que o sucesso vem acompanhado de desafios e perigos constantes. O refrão, que repete temas de atenção e expectativas externas, reforça o ciclo de busca por validação e o risco de autodestruição. A frase “meu inimigo é eu” destaca a luta interna que acompanha a ascensão. Assim, “Toxidade” faz um retrato autoconfiante, mas crítico, do universo do trap, onde luxo e status convivem com inseguranças, manipulações e a ameaça de perder o controle sobre si mesmo.