Contramão (part. Tássia Reis e Emmily Barreto)

Autenticidade e resistência em "Contramão (part. Tássia Reis e Emmily Barreto)"

"Contramão (part. Tássia Reis e Emmily Barreto)", de Pitty, é uma música que questiona padrões impostos e valoriza a autenticidade. Logo no início, versos como “Existe outro lado do estrago que é feito / Quando o que é vendido como perfeito é comprado” mostram como a busca por um ideal de perfeição pode ser prejudicial. O videoclipe reforça essa crítica ao destacar a pressão por padrões estéticos e sociais. A expressão “por fora bela viola, por dentro pão bolorento” evidencia a hipocrisia de quem aparenta perfeição, mas esconde problemas internos.

A canção também fala sobre resistência e a importância de manter a própria identidade, mesmo em ambientes hostis. Trechos como “Não servirei de capacho / Não dou espaço pra macho querer me definir” e “Escrevo minhas linha e despacho / Pra uns até é escracho / Mas tô na minha e relaxo” mostram a postura firme das artistas, que rejeitam papéis tradicionais e se recusam a ser definidas por outros. A referência a “ouro de tolo”, em alusão a Raul Seixas, reforça a crítica ao valor superficial e à ilusão de sucesso fácil.

Elementos de ancestralidade e espiritualidade aparecem em “Mãe Stella passou a visão e me disse / Minha filha, escute sua Oyá”, conectando a luta individual à força coletiva e cultural. Ao repetir “Contramão / Renego essa esmola e espero / O mundo gira e passa aqui”, a música reafirma a escolha de seguir um caminho próprio, mesmo que isso signifique ir contra a corrente. A união das três vozes femininas fortalece a mensagem de autenticidade, resistência e sororidade, tornando a faixa um manifesto direto contra a opressão.