Por Onde Andei (part. Nando Reis)

Reflexão sobre perdas e reconciliação em “Por Onde Andei (part. Nando Reis)”

“Por Onde Andei (part. Nando Reis)”, de Pitty, é uma música marcada pela sinceridade e pelo arrependimento. Um dos versos centrais, “e a falta é a morte da esperança”, surgiu de um erro de execução, mas acabou reforçando a ideia de que a ausência e o distanciamento podem destruir expectativas e sentimentos. A inspiração para a canção veio de um momento de extremo perigo vivido por Nando Reis durante um assalto, o que levou a uma reflexão profunda sobre a fragilidade da vida e a importância das relações. Isso aparece claramente na letra: “Que a vida é mesmo coisa muito frágil / Uma bobagem / Uma irrelevância / Diante da eternidade / Do amor de quem se ama”.

A música funciona como uma confissão, em que o narrador admite seus erros e reconhece a ausência sentida pelo outro, como em “Desculpe / Estou um pouco atrasado / Mas espero que ainda dê tempo / De dizer que andei / Errado e eu entendo”. O questionamento “Por onde andei? / Enquanto você me procurava” revela culpa e autocobrança. A metáfora do carro roubado – “Como um dia / Que roubaram o seu carro / Deixou uma lembrança” – faz referência direta ao trauma real de Nando, simbolizando a sensação de perda irreparável. O refrão destaca que, apesar dos erros e da distância, o amor do outro é insubstituível: “Será que eu sei? / Que você é mesmo / Tudo aquilo que me falta”.

A repetição de frases como “E o que eu te dei / Foi muito pouco ou quase nada” e “Eu deixei / Algumas roupas penduradas” mostra a dificuldade de se desligar de uma relação significativa. O contexto de quase morte vivido pelo compositor intensifica o tom de vulnerabilidade e faz da música um pedido de perdão e uma valorização do amor diante da efemeridade da vida.