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Trem Bala

Naeno Rocha

Letra

    Não queira que eu fale só de rosas
    Ou da taça do vinho sublime que não bebi
    Fora de mim não se vê nada além
    Da transparência de uma camisa
    Grudada em meu corpo.
    E enchido, o meu peito
    È um balde de canções na chuva
    Pingos de amor no convés de uma abelha.

    Não queiras que eu me redima
    Se não ando com as embaixadas
    Dos que sugam o sangue do rebanho
    Ou o travor de gaze desse mel.
    É que eu já ando que é sal só
    Tão óleo diesel
    Que se você me aponta os olhos
    Me incendeia inquisitória.

    Por esses dias
    Pra se dá a amar de vera
    É preciso ser quase um ilusionista
    Ou talvez um alquimista
    Do trem da consciência
    Pra se amar com essa calma e tempo
    E com a violência dos hormônios
    Que a tua alma
    Fique toda devota, arquejando
    De violência.


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