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Corno Perdoador

Poeta J Sousa

Letra

    Julião e julieta
    Casaram e ficaram unidos
    Como o casal perfeito
    Já estavam conhecidos
    Quando um ano completou
    Julieta começou
    Meter ponta em julião
    O povo com pena dele
    Dizia isso a ele
    Mais ele dizia não!

    Julieta minha nêga
    Ama é eu, somente eu.
    Que me ama até morrer
    Ele sempre prometeu
    Vão falar doutra pessoa
    Não da minha negra boa
    Deixem de ser demagogo
    E com nós ninguém se meta
    Pela minha julieta
    Eu ponho a mão no fogo.

    E julieta não parava
    De chifrar o coitadinho
    Era com cabra de fora
    Era também com vizinho
    Até com napoleão
    Que era irmão de julião
    Ela botou chifre nele
    Era feio o reboliço
    Todo mundo via isso
    Só que não via era ele

    Mas certo dia saiu
    Uma conversa no lugar
    Que no próximo mês da frente
    O mundo ia se acabar
    Quando ao rádio se ligava
    A notícia que passava
    Era só dizendo assim:
    Meu povo rezem vocês
    Porque no próximo mês
    O mundo véi vai ter fim!

    Quando ouvia a noticia
    Julieta começava
    A chorar que chega o pranto
    Pelo rosto derramava
    Julião dizia a ela:
    Ou julietinha bela
    Não chore benzinho meu
    Fique calminha por que
    Todo mundo vai morrer
    Não é só você e eu!

    Ela disse: Julião,
    Eu estou preocupada
    O mundo vai se acabar
    Não vai sobrar aqui nada
    E eu tenho um segredo
    Pra dizer, mas tô com medo,
    E com vergonha meu bem!
    Todo mundo disso sabe
    E antes que o mundo se acabe
    Tu tens que saber também!

    Julião disse pra ela:
    Qual é então o segredo?
    Pode me contar meu bem
    Sem cerimonia e sem medo!
    Já que tudo vai ter fim
    Conte o segredo pra mim
    Não me deixe curioso
    Você vai morrer comigo
    E eu morrendo contigo
    Morrerei muito orgulhoso!

    Ela disse: Eu vou contar
    E não vou lhe negar nada
    Porque não quero morrer
    De consciência pesada,
    Julião, com outro alguém,
    Eu traí você meu bem
    Aqui nessa nossa vila
    Perdoe-me se eu merecer
    Pra que eu possa morrer
    De consciência tranquila!

    Eu botei chifre em você
    Com uma outra pessoa
    E quero saber agora
    Se tu meu bem me perdoa!
    O mundo vai se acabar
    E se você perdoar
    Sua julieta amada
    Apesar do que eu fiz
    Eu posso morrer feliz
    Com a mente aliviada.

    Julião pensou um pouco
    Depois começou falar:
    Julieta meu amor
    Eu posso te perdoar
    Lhe dou sim o meu perdão
    De todo meu coração
    Conforme você pediu,
    Mas como esposa e amiga
    Pelo menos me diga
    Quantas vezes me traiu!

    Julieta se sentou
    Deu um suspiro sem fim
    E depois pra julião
    Começou dizer assim:
    Julião meu grande amor
    Não se enraive, por favor
    Me perdoe de coração
    Toda vez que eu te chifrava
    Detrás da porta eu botava
    Um caroço de feijão.

    Julião aí deu nela
    Dois abraços apertados
    Dizendo tu e teus machos
    Por mim estão perdoados
    Minha querida amada
    Tu vai morrer sossegada
    Porque te dou meu perdão
    Ai levantou-se dali
    E os caroços foi medir
    Deu dez quilos de feijão.


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