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Vou Descobrir

Preta Rara

Letra

    Eu vou descendo rua à baixo
    Lembranças que trago em
    Minha mente é puro esculacho
    Sensibilizada porem forte como rocha
    Engulo o choro e não me assusto
    Em meio a tanto apavoro
    Trás o soro, pois o mau agoro passa longe
    Na paciência de monge sou guerreira
    Que nunca se esconde
    Intercedendo do âmago ao exterior
    Na fé com louvor, difícil seja como for
    Eu vou descendo rua abaixo
    Não quero companhia, converso com meu íntimo
    Não por dinheiro, brilho de cristal
    Princesa um dia fui, hoje rainha
    E tem quem fale mau
    Eu vou descendo rua abaixo, vou
    Eu vou descendo rua abaixo, sei que vou
    Eu vou descendo rua abaixo
    Não à nada tão ruim que não possa piorar, eu acho
    Eu vou descendo rua abaixo

    Quem sabe o que meu Deus guardou pra mim
    Conquistando a idade eu vou descobrir
    Se sabe que o mundo é mesmo assim
    Não espere por mim, não vou estar aqui
    Vou descobrir, sei que eu vou

    Oportunismo que estiga, maldita cobiça
    Que transforma o ser humano em carniça
    Tanta cobrança, preocupação, futilidades
    Sem humildade à milhares de covardes
    Trazem o futuro pra um presente decadente e sujo
    Priorizam bens e jogam fora a vida dos reféns
    Aqueles que fizeram, construíram ideais
    Sonhos destruídos que ninguém hoje se lembra mais
    Metrópoles de pé, arranha-céus, edifícios
    Sincero pesar ao meu guerreiro povo nordestino
    Esculachado, mão de obra barata
    Mais um exemplo de exploração
    Em nossa imensa pátria
    Multi nacionais enriquecem dia a dia
    Investidor entope a TV com a tacocracia
    Induzindo a massa à uma falsa mordomia
    Tomando de volta pra gastar com pedofilia

    Quem sabe o que meu Deus tem pra mim
    Conquistando a idade eu vou descobrir
    Se sabe que o mundo é mesmo assim
    Não espere por mim, não vou estar aqui

    Continuando rua abaixo
    Por incrível que pareça ainda vejo muito lixo
    Inadmissível nível baixo da educação
    Empobrecimento do intelecto da população

    E por que não, em meio à tanta exploração
    Tirar um qualquer por fora é fácil nesse chão
    Real, muito além do fictício me faz passar mau
    Nesse mundo terrorista, grande abissal
    Explícito, declarado, morte lenta pra minha gente
    Doente e contaminada pelo império demente
    O rico fala em meritocracia
    Se você não conseguiu e por que não batalhou um dia
    Não consegue enxergar os seus próprios privilégios
    Os pretos, os pobres querem ver no sono eterno

    E racismo inverso, só se eu te virar do avesso racista


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