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Letra

    Desejo primário que tudo fosse ao contrario
    Meus pecados sendo cobrados bem antes dos 12
    É que eu já trouxe dentro do armário da alma a falta da calma
    Acusou minha cara, deformou-se

    Eu li sobre as flores e os espinhos que tinham mim envolvido
    E a reação traiçoeira de um falso amigo
    Vários passos errado que me levaram ao vicio
    Lembrei de cada doidera que embalava o inicio

    Nesse espaço que abito eu procuro desvendar em meio ao escuro
    A solução que defina o motivo de tudo
    Ainda bem que não desandei, igual já flagrei alguns que jaz
    Só mais um réu mudo

    Paz, petição e meu rosto se esvai na multidão
    Vários caminhando demais sem saber pra onde se vai
    Automático, função
    Encontrei fatos reais enrolados no papelão
    Concluir: Na sociedade não ter ideais é sinônimo de comunhão!

    Rótulos que impedem, óbvio que eles querem
    Que vocês parem, que a gente cesse
    A semente não cresce, caso você não regue
    Só não esquece da tua especié

    As dores estão entregues
    Eu torço pra que me mostre
    O rosto de quem me fere
    O esboço da minha morte

    Exposto o osso, ficou fosco de novo
    E isso me impede, minhas feridas abertas
    São kriptonitas em serié
    Depois da terra se encontra minha especié

    Incompreensível ao mundo inteiro
    Causo medo, fechado no meu universo conturbado
    Eu e eu e meus erros encubados
    Indecifrável desespero que se instala

    E o raciocínio trava e eu nem vejo
    Em qual momento eu estou inteiro
    Nenhum começo tem inicio sem uma escolha primeiro
    Atravessar a macedônia, minha cara insonia

    Vara era essa vasta e incomoda, sensação que me ronda
    É o reflexo do que eu fiz
    Ser exposto ao meu carma
    Ser uma alma contra mim, aprendiz

    Meu impulso regado ao mal que me cerca
    Me mostrou que eu mesmo travei contra mim essa guerra

    Rosto se escondem, amores que ferem
    Amanhã com certeza vai ser melhor
    Minha vida não tem preço
    Jovem júnior pensa em mudar o endereço
    Só quero o que mereço por direito

    Vim da onde amigos se traem
    Mais um mano que se vai
    Posso vender meu rap um dia
    Não posso assaltar a pequena padaria

    Tudo vai melhorar mais quem diria
    O que adianta ter o mundo e perder sua alma?
    Então diz, você que escolhe, você colhe o que planta
    Canta anta o pensamento proibido

    Seu semblante tão tão incrível
    Sendo uma encrenca pra quem quer eu seja invisível
    E ela não pensava que eu fosse incorruptível
    Que chinesinha agradável, de outro nível

    Tô em um lugar onde você não vai encontrar
    Em narnia se pá, e eu vou, flow lá
    Rap é o que há, ta no sangue, ta no ar
    Não vende, não troca e não da pra alugar

    Esse rótulo não rasga, não troca neguim
    Não da pra comprar
    Já nasci assim, vou morrer assim
    Preciso viajar

    E o que tem no fim dessa viagem?
    Desliga o celular, Deus é fiel
    E a agonia dentro, dentro vai passar

    Composição: Brow Louco / Encrenqueiro / Wallantayne. Essa informação está errada? Nos avise.

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