Kurosawa (part. Akapellah y Ayax)
Yo estaba pálido, mirando desde el ático
Estuve to'a la noche conduciendo en automático
Haciendo embistes, como un toro en mecánico
Cambiando los manguito' en el mecánico
Su cuerpo es cálido, suave y aromático
Conozco las caricias, cada gesto es matemático
Me puse clásico, tú sabes, un romántico
Sabía sus delicias, el orgasmo es sistemático
Esta noche he pasea'o por sus caderas
He juga'o con su cintura, quería que lo supiera'
Fui en mi coche de paseo y vino ella
Yo mеzclaba la pintura, quería que lo entеndieras
Voy a vestirme con el traje de ese día
Recogerte mientras fumo de ese viaje en el tranvía
Llevarte el desayuno, el equipaje por Gran Vía
Besarte, desnudarte, aunque sé que no eres mía
Qué linda estás con ese vestido
Qué buena estás, no tiene sentido
La vi pasar desde el camerino
Le gusta el jazz y lo clandestino
También conoce a Kurosawa, debe ser el destino
Me la como, como Sorrentino
Con parmesano y un poco de vino
Yo tengo toque como un argentino
Comprendí to' como repentino
Viendo Madrid desde las torres de Florentino
Eres muy fino, tienes mucho estilo
Eso me dijo poniendo el vinilo
Estoy pensando en quedarme contigo
Por esa cuerda, andando por el filo, dilo
Yo estaba gélido, sin ánimo, algo tímido
Volé toda la madrugada en un asiento rígido
Cruzando el charco en un pájaro metálico
Tomando ansiolíticos pa'l pánico
Su voz es dulce, eran cantos de sirena que me guiaron hasta el baño donde me aguardaba ella
Sus labios carmesí, en mi jersey, dejaron huella
Esa noche literal la llevé hasta las estrellas
Por un instante fui tuyo y tú fuiste mía
Te tocaba y me sentía, como Paco de Lucía
El uniforme de azafata te lucía
Parecía una de Brazzers, todo era una fantasía
Yo apena'o y tú crecía, yo bellaco y tú lucía
El ambiente se humedecía, "dale duro" me decía
Sabe a agonía, empujándome hacia un vórtice
Envenenando mi cerebro como Cordyceps
Solo sé el nombre que coloca en el café
Es que la tensión fue tanta que nos fuimos al garete
Me dejó de recuerdo un rasguño en el cachete
Ella, en cambio, se quedó con mi cubana y mis aretes
Es una mala como Catwoman
Está conmigo, pero está sola
Ha conocido muchas personas
Pero dice que algo en mí la descontrola
Sus brasieres pasan días con mi aroma
Black Orchid de Tom Ford
Asientos de primera clase, puro confort
Va con mi Prada blanco y negro con los
Sigue llamando porque dice que la rompo, ah
Me voy a partir la boca gritando te quiero
Con los dientes del suelo haré un collar de amor sincero
Los golpes de la suerte a mí me sirven de placebo
La buena gente ya se cuenta con los dedos
Párate, piensa, respira, habla luego
Me arranco la piel a tiras y hago un tendedero
En él colgaremos mis mentiras y nuestros miedos
Esta noche voy a darte el corazón entero
Pensé en hacernos viejos, que no estarías lejos
Que te mecería cada noche en mi regazo
Te llevaría el desayuno por un beso
Que me cepillaría observando tu reflejo
Echo de menos hasta los pelos de la ducha
Me levanto muerto, pero sigo con la lucha
La gata te echa de menos, ronea y se escucha
Eché tantas monedas que reventé la hucha
Y ahora me ahorro hasta el lunar de mi sonrisa
Pido socorro desde arenas movedizas
Tengo el corazón roto, está hecho trizas
El desamor recuerda al dolor de una paliza
Dicen que salieron temprano del garito
Que les dispararon desde ese monolito
Parece que mataron a uno de los tortolitos
El otro se murió cuando se quedó solito
Pobrecitos, cuando era tan bonito
La historia se hizo leyenda, y la leyenda mito
En el varadero estoy esperando ese barquito
Para que nos vayamos más allá del infinito
Kurosawa (parte de Akapellah e Ayax)
eu estava pálido, olhando do sótão
Eu estava dirigindo a noite toda em automático
Fazendo cobranças, como um touro mecânico
Trocando as mangas' na mecânica
Seu corpo é quente, macio e aromático
Conheço as carícias, cada gesto é matemático
Eu tenho clássico, você sabe, um romântico
Ele conhecia suas delícias, o orgasmo é sistemático
Hoje à noite eu andei por seus quadris
Eu brinquei com a cintura dela, queria que ela soubesse
Eu fui no meu carro dar uma volta e ela veio
Eu misturei a tinta, queria que você entendesse
Eu vou vestir o terno daquele dia
Pego você enquanto eu fumo naquele passeio de bonde
Tome seu café da manhã, sua bagagem ao longo da Gran Vía
Te beijar, te despir, mesmo sabendo que você não é meu
como você está linda nesse vestido
Como você é bom, não faz sentido
Eu a vi passar do camarim
Ele gosta de jazz e clandestino
Ele também conhece Kurosawa, deve ser o destino
Eu como, como Sorrentino
Com parmesão e um pouco de vinho
Eu tenho um toque de argentino
entendi tudo de repente
Vendo Madri das torres Florentino
Você é muito bom, você tem muito estilo
Foi o que ele me disse colocando o vinil
Estou pensando em ficar com você
Descendo aquela corda, andando pela borda, diga
eu estava com frio, sem espírito, um pouco tímido
Eu voei a manhã toda em um assento duro
Atravessando a lagoa em um pássaro metálico
Tomando ansiolíticos para o pânico
Sua voz é doce, eram cantos de sereia que me guiaram até o banheiro onde ela me esperava
Seus lábios vermelhos, no meu suéter, deixaram sua marca
Naquela noite literal eu a levei para as estrelas
Por um instante eu era seu e você era meu
Eu te toquei e me senti como Paco de Lucía
O uniforme da aeromoça olhou para você
Parecia um da Brazzers, era tudo uma fantasia
Eu estava arrependido e você cresceu, eu era um canalha e você olhou
A atmosfera estava úmida, "bata forte" ele me disse
Tem gosto de agonia, me puxando para um vórtice
Envenenando meu cérebro como Cordyceps
Eu só sei o nome que ele coloca no café
É que a tensão era tanta que fomos pro inferno
Um arranhão na minha bochecha me deixou como uma lembrança
Ela, por outro lado, ficou com meu cubano e meus brincos
Ela é durona como a Mulher-Gato
Ela está comigo, mas ela está sozinha
conheceu muitas pessoas
Mas ela diz que algo em mim está fora de controle
Seus sutiãs passam dias com meu cheiro
Orquídea Negra de Tom Ford
Assentos de primeira classe, puro conforto
Combina com o meu Prada preto e branco com o
Ele fica ligando porque fala que eu quebrei, ah
vou quebrar a boca gritando te amo
Com os dentes da terra farei um colar de amor sincero
Os golpes de sorte me servem de placebo
Gente boa já se conta nos dedos
Pare, pense, respire, fale depois
Rasgo a pele em tiras e faço um varal
Nela penduraremos minhas mentiras e nossos medos
Hoje à noite eu vou te dar todo o meu coração
Eu pensei em envelhecer, que você não estaria longe
Que eu te embalaria todas as noites no meu colo
Eu te traria café da manhã para um beijo
Que eu escovaria observando seu reflexo
saudade até dos cabelos no chuveiro
Eu acordo morto, mas continuo com a luta
O gato sente sua falta, ronrona e é ouvido
Coloquei tantas moedas que estourei o cofrinho
E agora guardo até a toupeira do meu sorriso
Peço ajuda de areia movediça
Estou com o coração partido, está em pedaços
Coração partido lembra a dor de uma surra
Eles dizem que deixaram o local cedo
Que eles foram baleados daquele monólito
Parece que mataram um dos pombinhos
O outro morreu quando foi deixado sozinho
Coitadinhos, quando era tão lindo
A história se tornou uma lenda, e o mito da lenda
Na doca seca estou esperando aquele barquinho
Para irmos além do infinito