El Árbol
Suben sus héroes de la tierra
Como las hojas por la sabia
Y el viento estrella los follajes
De muchedumbres rumorosas
Hasta que cae la semilla
Del pan otra vez a la tierra.
Sacó salitre del martillo
Y extrajo lágrimas del suelo
Las elevó por sus ramajes
Las repartió en su arquitectura:
Fueron las flores invisibles
A veces flores enterradas.
Este es el árbol de los libres
El árbol tierra, el árbol nube,
El árbol pan, el árbol flecha,
El árbol puño, el árbol fuego,
Lo ahoga el agua tormentosa
De nuestra época nocturna.
Este es el árbol de los libres.
Asómate a su cabellera
Toca sus rayos renovados
Toma tu pan y tu manzana
Tu corazón y tu caballo
Y monta guardia en la frontera
En el límite de sus hojas.
A Árvore
Sobem seus heróis da terra
Como as folhas pela seiva
E o vento estilhaça as folhagens
De multidões ruidosas
Até que cai a semente
Do pão outra vez na terra.
Tirou salitre do martelo
E extraiu lágrimas do chão
As elevou por seus galhos
As espalhou em sua arquitetura:
Foram as flores invisíveis
Às vezes flores enterradas.
Esta é a árvore dos livres
A árvore terra, a árvore nuvem,
A árvore pão, a árvore flecha,
A árvore punho, a árvore fogo,
Ela é sufocada pela água tempestuosa
De nossa época noturna.
Esta é a árvore dos livres.
Aproxime-se de sua folhagem
Toque seus raios renovados
Pegue seu pão e sua maçã
Seu coração e seu cavalo
E fique de guarda na fronteira
No limite de suas folhas.
Composição: Pablo Neruda / Rodolfo Parada