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O Nordeste É A Peste

Rapadura XC

LetraSignificado

    O Nordeste é a Peste
    RAPadura Xique-Chico

    Eu travo uma guerra no arrebol onde os cantos se encontram
    Eu vim da terra do Sol e minhas sombras te assombram
    Hecatombes e estrondos, não tombam os meus quilombos
    Cansei de escombros em meus lombos levando o Brasil nos ombros

    Das minhas mãos, provém o dom, que mata a fome
    Meu pé no chão, é a raiz do som, que parte I phone
    Sou suassuna no microfone, se assuma ou some
    No rap eu sou mais que um homem, e nordeste é o meu nome

    Se o preconceito me der moeda, eu nego a miséria
    Com notas tão altas que a classe média, perde a matéria
    Não tem show de humor pra platéia, a comédia fica séria
    Diz que minha terra é um inferno? E ainda querem vim passar as férias?

    Minha oratória é bruta, e tua essência é pura cópia
    Chora com essa face oculta e ausência de cultura própria
    Num dá 1 real pra um local e paga pau pros de fora
    Enterro a escória, mudo a geografia eu tô fazendo história

    O que o chico faz com ciência expande qualquer limite
    Sou chico science, não há quem mangue se eu tô no beat
    Pra falar do oxente, o cabra tem que ser gipe
    Rapadura quebra dente, oh shit! Quem é que sustenta o pib?

    O chão que exporta abre porta e suporta suas paredes
    Com o feijão de corda e o país nas costas fora das redes
    No centro mora, não entende a flora que vem da sede
    A fartura transborda e a seca se afoga em meus olhos verdes

    Escolas fora de serie, faço seus egos verem
    A expansão dos seres, não querem saberes sobre alqueires
    Fui jogado a sorte lá no sudeste, é um azar me terem
    Meteram o pau no nordeste, eu meto neles Paulo freire

    Ensino MC's escreverem e ouvintes a lerem
    Pra atletas de ouro valerem mais que prato da casa
    Autonomia, é o cuscuz que entala tua fala raza
    Nossa astronomia é de outra galáxia até pra NASA

    Vou rasgando o teu céu, com a raiz do meu do meu chão
    Eu digo nordeste e você diz é a peste
    O nordeste é a peste, o nordeste é a peste
    E eu brilho como a luz do Sol, um mar no meio do sertão
    Eu digo nordeste e você diz é a peste
    O nordeste é a peste, o nordeste é a peste

    Quanto mais tu me odeia, mas motivo lhe dou pra me amar
    Em tua terra cheia eu fiz maré cheia, e o sertão virou mar
    E eu me sinto perto de Deus
    Quando solto minha voz
    Mato e morro por nós
    Nordeste!

    Ser nordestino é uma dádiva e não uma dívida
    Mainha deu luz a música numa acústica árida
    Dei um nó no destino e a diaspora de alma artística
    Fez minha alegria áspera e a lágrima uma chuva ácida

    Meu sangue inunda a área e o sertão é um mar que te frustra
    Tô na Lua, vim da várzea, sou um astro pra zaratustra
    Com astúcia de anastácia e audácia pra dar em ustra
    Dou na fussa da falácia e desaba a farsa da indústria

    A cantoria viola a moda do mainstream
    Quem perde o norte, se torna um meio para seus fins
    Conterr neos se matam por estranhos em camarins
    E só quando te espancam, tu põe meu trampo e lembra de mim

    E tem quem finge a origem no 08 de outubro
    Só quando te atinge e aflinge tu me distingue no Google
    Fim do discurso, adimiram o fih do cabrunco
    Fico puto, não querem um líder culto, filho de Pernambuco
    Sempre viajo a trabalho só que São Paulo num é minha capital
    A veja não enxerga e eu sou cego aderal
    Dei muito calo no estado e quero que saibam que o seu capital
    Vem da minha terra a odisseia de bacurau

    Pro semáforo, sou um pássaro bárbaro de além mar
    Não sou kratos, sou crato como bárbara de alencar
    Speed flow? Seu talento não pode parear
    O melhor de todos os tempos é rapadura Ceará

    Minha cabeça é chata pra infames, dou trampo em estivais
    Fui ao Grammy, ganhei cannes e não chamam pros festivais
    Por que eu quebr cervicais, horizontes em verticais
    Quer falar demais? Então pergunta de onde vem teus pais

    A peste vem da masmorra, não me teste, corra!
    É o boom bap orra, subverte pra que o rap nunca morra
    Mulesta da cachorra, quebro essa gangorra
    Eu fiz a merda toda, cês me devem, respeita o nordeste porra!

    Vou rasgando o teu céu, com a raiz do meu do meu chão
    Eu digo nordeste e você diz é a peste
    O nordeste é a peste, o nordeste é a peste
    E eu brilho como a luz do Sol, um mar no meio do sertão
    Eu digo nordeste e você diz é a peste
    O nordeste é a peste, o nordeste é a peste

    Suas panelas não tampam o tempero de onde vim
    E se hoje as favelas cantam, provém do encanto de meus confins
    Mato e morro pelo povo!


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