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Diário de Bordo (pt. I)

Rashid

Letra

    Eu nunca me apeguei as suas grifes
    Não vivo a vida de ninguém, eu vejo o que fiz
    Vejo patifes no poder, apoiam o que diz
    Respeito às horríveis coisas que escuto
    Por isso trago neurônios armados com rifles!

    Um exército em 23 pares do cromossomos
    Por um minuto parem, e se perguntem: Quem somos?
    Não queremos ser tratados como animais
    Então por que agimos como se ainda tivéssemos donos?

    Obedecendo a quem monopoliza tronos
    Vendo nossos direitos como se fossem um bônus
    Brasileiros não desistem, mas também não insistem
    Já não somos metade do que fomos
    Entre Henne, Dreher ou Dhomus, guerreiros dormem
    Embriagados pelo seu ego, seus trilhos somem
    Quanto mais consomem
    Já vi homens se tornarem covardes
    Mas acho impossível um covarde se tornar um homem!

    Morou, rapaz?
    Num lugar onde vive mais quem fala menos
    E muito menos quem fala mais
    Pelas vielas disseram que as ruas me olhariam feio
    E que eu deveria olhar ainda mais feio pra elas!

    Esse foi meu incentivo
    Fazer tudo pela senhora, mãe, porque agora eu entendo
    Não pude escolher entre lutar ou não
    Mais já que tô aqui, eu sei muito bem o lado que eu defendo!

    24 horas por dia
    Atrás das linhas inimigas, território de quem me repudia
    Eu tinha que ter fé
    Porque ao contrário dos filmes, aqui eles dão mais do que tiro no pé!
    (Plew! Plew!)

    É o momento do Bum!
    Mudar o quadro onde o ressentimento é comum
    Trouxe mensagem e usei sentimento como um
    Colete pra minha mente, por que me sinto dentro do DOOM!

    Só pode ser um jogo
    Criadores brincam com criaturas, crianças brincam com fogo
    E alta tensão
    Armas são brinquedos e brinquedos podem virar armas
    Dependendo da intenção!

    Irmão, a rua tem seu código
    Muitos fugiram, muitos voltaram esperando a herança do pródigo
    Entre jaquetas e capuzes, 2pac's e Papoose's
    Mangueiras e jacuzzis, cada um com suas cruzes!

    Luzes na avenida guiam o motorista melhor
    A metrópole anuncia tentações num outdoor
    A vida é uma eterna busca, malandro
    Só que a maioria dos vivos nem sabe o que tá procurando!

    A gente fala, a gente anda, a gente escuta, a gente manda
    A gente luta, a gente sangra, a gente sente medo quando
    A gente erra, a gente ganha, a gente ferra, a gente apanha
    A gente enterra, a gente estranha, nossa própria gente quando
    A gente entra, a gente sai, a gente tenta, a gente vai
    A gente enfrenta, a gente cai, por que a gente é só gente
    Que não aprende, a gente lota o que não rende
    A gente só tá pela gente, a gente vota e logo se arrepende!

    Presos nessa rede de corrupção
    De quadra em quadra, vendedores de ilusão
    Te enquadram em cada passo seu nesse mundão
    Se não poluem a mente, poluem o seu pulmão
    Vejo cérberos* sem disposição
    Com força, mas com cérebros em decomposição
    Explodo egos se egos tornam o coração
    Cego, resgato cérebros em cada composição
    E qual a sua posição perante esse mundo de ganância
    Comércio de substâncias ilícitas, ambulância
    Milícia, ou militância?
    Consegue enxergar que o que separa os homens é mais que distância!?

    Passe um dia enxergando através dos meus olhos
    E entenderá cada tema que eu abordo
    Nesse mar de gente eu sou mais um
    Aqui quem fala é Rashid, e esse é o meu Dário de Bordo!

    Bum!!!

    Enviada por Felipe. Legendado por Rhaman. Revisões por 2 pessoas. Viu algum erro? Envie uma revisão.

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