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Sombras Ocultas (part. Sem Meia Verdade)

Reino G. Rap

Letra

    Ela ficou presa na sua alucinação
    No seu mundo paralelo, os efeitos em convulsão
    Alta respiração, poucos minutos de viagem
    A princesa sem castelo, sem virtude e sanidade
    Não tem mais coração, perdeu famílias e amigos
    O foco em sua pupila é um corre pra manter o vício
    Furtos, homicídios, se vende sem emoção
    Garantindo amante o crack num mar de ilusão

    Entregou vários filhos pro sistema de adoção, pois não tinha alimento
    Sem emprego nem condição
    Grafites num beco escuro, surreais, ganham vida
    Se entregou, não quis ajuda, diz que não há mais saída
    Morre no mundo, carente, doente, foge pesando 30 kg, já destino à overdose
    É triste a beleza impura, iludida na flor da idade
    The Walking Dead no Brasil, a toda parte da cidade

    Se entregou a um prazer, o que era brincadeira virou vício
    Curiosidade levou ao fim
    Não consegue se conter, a morte lhe parece um novo início
    Sombras ocultas, prefere viver assim

    Vai lá, só mais uma carreira
    Em lembrar que tudo começou como uma brincadeira
    "Pega aí, só pra experimentar", com apoio dos amigos (amigos?)
    Só se for da onça!
    Vai atuar no sistema nervoso central, a cocaína provoca euforia e bem-estar local
    Não consegue ter tais sensações naturalmente, quer mais uma vez e assim sucessivamente
    Pouca quantidade já não satisfaz, faz outra carreira já se julga sagaz
    O organismo já se acostumou, "ô fulano, lembro de você mais gordinho"
    Cuidado, patrão, o coração vai acelerar
    Quer mais oxigênio, mas a captação é reduzida
    Olha pra você, pupila dilatada
    Coração parou, caiu da escada

    Se entregou a um prazer, o que era brincadeira virou vício
    Curiosidade levou ao fim
    Não consegue se conter, a morte lhe parece um novo início
    Sombras ocultas, prefere viver assim

    Ela pensava que podia ser melhor do que imaginava
    Ela sabia que podia ir bem além de um conto de fadas
    Viajava ali parada, na parada que alucina
    Um quarto debaixo da língua, até parede ganhava vida
    Não se abalava na balada, mas balinha ela curtia
    Entornava, mas não dava a mesma brisa
    Ficava que nem boneca na mão de suas amigas, só não eram tão inocentes quando brincavam de casinha

    Na verdade, indecentes, faziam a pobre garota de gato e sapato
    Acreditavam que mesmo dopada estava de acordo com o ato
    Infelizmente em um desses atos algum dos parceiros não se cuidavam
    E além da terrível doença eles também a engravidaram
    Hoje, sozinha, doente, coitada, cuida da filha, nasceu condenada
    Remédio pesado, consciência pesada, se arrepender não muda em nada
    Presa pelo passado a princesa agora chora
    Sem futuro, sem rumo, esperando a sua hora
    Acorda, acorda, acorda


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