Invéntame

Dor e saudade únicas em “Invéntame”, de Remmy Valenzuela

A música “Invéntame”, interpretada por Remmy Valenzuela, retrata a dor silenciosa e resignada de quem perdeu um amor que já seguiu em frente. No verso “Invéntame y oblígale a que te ame como yo” (Me invente e obrigue-o a te amar como eu), o narrador expressa o sentimento de ser insubstituível, desafiando a ex-parceira a tentar recriar, com outro, a intensidade e autenticidade do que viveram juntos. A ironia amarga desse pedido mostra que, por mais que ela tente, ninguém ocupará o mesmo espaço afetivo que ele ocupou. Isso fica ainda mais evidente quando ele diz “A ver si se te eriza igual la piel” (Vamos ver se sua pele se arrepia do mesmo jeito), questionando se o novo relacionamento será capaz de provocar as mesmas emoções físicas e sentimentais.

A canção foi composta por Marco Antonio Solís e ganhou nova força na voz de Remmy Valenzuela, cuja interpretação intensa e habilidade no acordeão acentuam o tom melancólico da letra. A narrativa gira em torno da saudade e da aceitação da perda, especialmente nos versos “Ya no me mandes decir que no me quieres perder, ahora ya es muy tarde si quieres volverme a ver” (Não me mande mais dizer que não quer me perder, agora já é muito tarde se quiser me ver de novo). Aqui, fica claro que, apesar do desejo de reconciliação da ex-parceira, o tempo e as circunstâncias tornaram impossível o retorno. O uso do verbo “inventar” como metáfora central reforça que certos sentimentos e experiências são únicos e não podem ser simplesmente reproduzidos, acentuando o vazio deixado pela separação.