What The World Needs

Crítica ao narcisismo e elitismo em “What The World Needs”

Em “What The World Needs”, do musical Ride the Cyclone, a personagem Ocean O'Connell Rosenberg se apresenta como alguém indispensável para o mundo, enquanto menospreza pessoas comuns e profissões consideradas "inferiores". O trecho “These folks here, well, they pump the gas / Fetch me a coffee, shine my shoes” (“Essas pessoas aqui, bem, elas abastecem o carro / Me trazem um café, engraxam meus sapatos”) ilustra esse desprezo. O musical utiliza Ocean para satirizar o narcisismo e a arrogância de quem se acha superior aos outros, mostrando como ela se autodenomina “mover”, “shaker” e “headline-maker” para justificar sua suposta importância social.

A letra, com tom autoconfiante e sarcástico, faz uma crítica social ao egocentrismo e à desvalorização de trabalhos essenciais, como os de atendentes, seguranças e outros profissionais citados. Ao dizer “Some of us are winners, some were born to lose” (“Alguns de nós são vencedores, outros nasceram para perder”) e zombar de figuras como o “Walmart greeter with an overdrawn credit card” (“recepcionista do Walmart com cartão estourado”) ou a “soccer mom, minivan / Four little brats, no steady man” (“mãe de futebol, minivan / Quatro pestinhas, sem homem fixo”), Ocean revela sua falta de empatia e visão elitista. Frases como “We need a little less of them, a little more of me” (“Precisamos de um pouco menos deles, um pouco mais de mim”) e a referência à teoria da evolução de Darwin reforçam sua ideia de superioridade. O sarcasmo atinge o ápice quando ela diz “do we really need another organ donor? Maybe that was a little harsh, love you!” (“precisamos mesmo de mais um doador de órgãos? Talvez tenha sido um pouco duro, te amo!”), mostrando que até suas desculpas são carregadas de desprezo.

No fundo, a música usa o exagero da personagem para expor o absurdo do narcisismo e do julgamento social, provocando reflexão sobre como a sociedade valoriza certos tipos de sucesso e menospreza outros. O resultado é uma crítica ácida e envolvente sobre ambição, autoimagem e padrões superficiais de valor.