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Perfil de Noite e Estância

Roberto Luçardo

Letra

    É tarde no galpão grande
    Pros lados da madrugada
    Agosto veio gelado
    Destaperou bicharás
    E o fogo grande é um alento
    Pra quem recorreu potreiros
    No ofício de camperear

    E um negro canta saudades
    Do tempo da estância velha
    Assombrações de taperas
    Cruzadas, passos e escuros
    Amontoando sabugos
    Na ração de algum matungo
    Que o inverno traz num cortado

    Mais um toco de aroeira
    Contraponteando o minuano
    Manha na toca o rebanho
    Lá do potreiro dos mouros
    A encordeirada linda
    Segunda volta da esquila
    Pelos meados do agosto
    Pelos meados do agosto

    Ronda de almas pampeanas
    Atorando a noite grande
    Clarividência haragana
    No lombo das invernadas
    Descogotando as boleadas
    De alguma insônia matreira
    Teimosa em fazer pousada

    Às vezes não há palavras
    Nos desconsuelos do fogo
    Só o esboço carnudo
    Matizado dos tijolos
    Coloreando xucros olhos
    Como ressuscitando
    A esperança de um velório

    E a noite troca de ponta
    Pro espaço da madrugada
    Preenchendo o catre de garras
    Estirado em chão batido
    No aconchego do abrigo
    Perfil de estância e querência
    Que sempre guardo comigo
    Que sempre guardo comigo


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