Canção da seca

E por chorar, chorei rios de aflição
Mas que contraste chorar rios no sertão
Esta é a sina deste povo destinado a amar a todos
Sem jamais ter sido amado
É no sertão que o cabra sente o que é penar
Mas tira forças lá do fundo pra sorrir
Ninguém me disse
Ninguém foi contar pra mim
Minha escola foi a vida
Foi a sina

Eu tenho orgulho desse povo, dessa terra
Sou sertanejo verdadeiro meu irmão
Pois sertanejo é quem nasce no sertão
Não dois compadres cantando solidão

Se tem poeira ficou rastro pelo chão
Se tem carcaça teve boi nesse mourão
Pra quê chocalho e porteira no curral
Pra quê vaqueiro se mugido não tem lar êê...

Aê ê ê ê... aê

Na minha frente muitos foram os brasis
Outros não foram mas se foram por aqui
Que Deus os tenha é o que o povo diz
Na vida dura sou apenas aprendiz êê...

Aê ê ê ê... aê

Se tem história tem cantiga pra cantar
Aqui se canta nossa vida, nosso chão
Entre a saudade e a dor vamos em frente
Pior seria se não fosse só a gente

Minha esperança tá em Deus nosso senhor
Não em promessas comoventes de doutor
Quem crê em Deus, não se rende, morre velho
Ninguém me toma, ninguém rouba a minha fé

Minha esperança tá em Deus nosso senhor
Não em promessas comoventes de doutor
Quem crê em Deus, não se rende, morre velho
Ninguém me toma, ninguém rouba minha fé