395px

Este Ofício de Cantor (Milonga)

Ruben Alberto Benegas

Este Oficio de Cantor (Milonga)

Porque siempre me ha gustao abrazarme a esta madera
Hoy suelto de mi asidera el lazo más entonao
La guitarra me ha invitao por milonga ha este floreo
Y ya que justo me veo en esta rueda de criollos
Voy ha tirar con todo el rollo el pial que el pecho llevo

Tuve la suerte señores de haber nacido argentino
Y pa mejor el destino me entrevero entre cantores
Oficios habrá mejores pero entrando a comparar
Naides me puede negar que entre el cuervo y el jilguero
Esta de luto el primero porque no aprendió a cantar

Porque lo quiso mi estrella soy distinto que el hornero
Donde me invitan me quedo donde no sigo la huella
Tal vez nunca me haga mella no haber tenido mi nido
Yo soy cruzao con caminos y aunque por muy andador
Nunca me falta un rincón en el rancho de un amigo

Esa es mi vida nomás y yo la elegí a mi modo
Donde quiera me acomodo si es que me hacen un lugar
Me gusta cantar cuando esta guitarra toco
A naide envidio o provoco cuando mi voz desembucho
Hay quien es pobre con mucho y yo soy rico con poco

Y ya nomás me despido con esta Pampa milonga
Ya sabe cuando disponga puede ir contando conmigo
Cuando me pegue un silbido llegaré hasta su fogón
Trayendo en el diapasón mi canto hecho de esperanza
Y si con eso no alcanza les dejo mi corazón

Este Ofício de Cantor (Milonga)

Porque sempre gostei de me abraçar a essa madeira
Hoje solto da minha amarra o laço mais afinado
A guitarra me convidou pra milonga nesse floreio
E já que me vejo justo nessa roda de crioulos
Vou jogar com todo o rolo o pial que no peito eu levo

Tive a sorte, senhores, de ter nascido argentino
E pra melhorar o destino me misturei com cantores
Ofícios podem ser melhores, mas comparando assim
Ninguém pode negar que entre o corvo e o canário
O primeiro tá de luto porque não aprendeu a cantar

Porque quis assim minha estrela, sou diferente do horneiro
Onde me chamam eu fico, onde não sigo a trilha
Talvez nunca me faça falta não ter tido meu ninho
Sou cruzado com caminhos e mesmo sendo andador
Nunca me falta um canto no rancho de um amigo

Essa é minha vida só e eu a escolhi do meu jeito
Onde quer que eu me encaixe, se me fazem um lugar
Gosto de cantar quando toco essa guitarra
Não invejo nem provoço ninguém quando minha voz sai
Tem quem é pobre com muito e eu sou rico com pouco

E já me despeço com essa milonga da Pampa
Já sabe que quando quiser pode contar comigo
Quando eu der um assobio, chegarei até seu fogão
Trazendo no diapasão meu canto feito de esperança
E se com isso não bastar, deixo meu coração

Composição: