Milonga Para Un Carrero (Milonga)

Milonga Para Um Carreiro (Milonga)

Milonga Para Un Carrero (Milonga)

Ele envelheceu sem históriaSe ha puesto viejo sin cuento
Don Pedro Servando RíosDon Pedro Servando Ríos
Aquele que antes desafiouEl que antes fue desafío
A chuva e os ventosA la lluvia y a los vientos
Passa seus anos contentePasa sus años contento
Mas a vida pesa em seu serPero le pesa la vida
Seu tempo é de entardecerSu tiempo es de anochecida
Sob este céu superouBajo este cielo superó
Cinzas de um queimadorCeniza de un trashoguero
Com pouca brasa acesaCon poca brasa encendida

Já não o vejo passarYa no lo veo pasar
Como antes pelo caminhoComo antes por el sendero
No banco do carroceiroEn el pescante carrero
Assobiando sem pararSilbando sin descansar
Hoje tem que desatarHoy tiene que desatar
Porque a viagem não é eternaPorque el viaje no es eterno
Percherones sem controlePercherones sin gobierno
São os anos que passaramSon los años que han pasao'
Deixando marcas profundasTras los huellones dejao'
De quase oitenta invernosDe cuasi Ochenta inviernos

Por onde andará sua carroçaPor donde andará su chata
Carregada de lembrançasCargada de evocaciones
Que ontem desfez torrõesQue ayer deshizo terrones
E deixou marcas na mataY marcó huella en la mata
Se desgastou a alpargataSe le ha gastado la alpargata
Que sabia frear no vooQue supo frenarla al vuelo
E ao vê-lo como um avôY al verlo como a un abuelo
Com os olhos já cansadosCon la' vistas ya cansadas
Me parece que seu olharSe me hace que su mirada
Busca os rumos do céuBusca los rumbos del cielo

Meu amigo Pedro ServandoMi amigo Pedro Servando
Homem do campo, carroceiroHombre de campo, carrero
Que de velho foi fazendeiroQue de viejo fue puestero
Pra não viver atrapalhandoPa' no vivir estorbando
Gostaria que quandoMe gustaría que cuando
Ele for descansarSe vaya pa' descansar
Ver novamente passarMirarlo otra vez pasar
Como nos anos primeirosComo en los años primero
Apressando o carroceiroApurando al cadenero
Por gosto de não desistir!¡Por gusto de no aflojar!