E Se Eu Fosse Pro Conteúdo?

“E Se Eu Fosse Pro Conteúdo?” e o choque com a prática

“E Se Eu Fosse Pro Conteúdo?”, da Saculejo, satiriza o mito do “eu dou conta de tudo” no ambiente tech: um dev decide migrar para conteúdo e esbarra na especialização de cada função. Como não há informações externas sobre a faixa nem sobre o grupo, a leitura se apoia na letra, que situa um cenário de mídia musical/tech (playlists, didática, moderação, social media, marketing e blog) e traz referentes internos como “Studio Sol” e “tirar o site do ar”, marcando um contexto corporativo real.

A narrativa é de tentativas e tropeços. Na curadoria, ele aprende que gosto pessoal não basta: “não é todo mundo que gosta da Sabrina”. Na educação, surge o trocadilho técnico “até o present perfect acabou ficando no passado” (pretérito perfeito composto), sinalizando que explicar exige método. Na moderação, há choque de competência e contexto: “programei o botão de aprovar”, mas não consigo revisar “um conteúdo em japonês”. No social, pesa o recorte geracional: “sou millenial... mencionei o orkut e todos ficaram em choque”. Em marketing, “precisava do paiol” trabalha o duplo sentido de arsenal/verba; e no blog, mesmo com tema popular (“Olivia Rodrigo”), o texto não entrega — afinidade não substitui técnica. O refrão amarra o recado: “Descobri que eu precisava de muito mais estudo / Se eu quisesse ir lá pro conteúdo”. Até o verso inicial “meu código sempre buga tudo” sugere buscar algo mais palpável para o usuário, mas a realidade cobra preparo. Resultado: uma crônica bem-humorada sobre humildade profissional, curva de aprendizado e respeito ao trabalho invisível de outros times.