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Cigarro

Saez

Cigarette

Y a une époque on écoutait les Clash
Y a une époque volute dans les cafés
Y a une époque on était Solidarnosc
I live by the river

Y a une époque on était rouge au cœur
Ouais sans parti mais partisan de l'âme
Y a une époque on était bleu des flammes
I live by the river

Uniformisées nos éducations
Toujours entre le blé et le pognon
Les mômes ne rêvent plus de marcher sur les lunes
Ils rêvent de savoir comment s'faire de la thune

Y a une époque où les filles avaient le poing levé
Aujourd'hui c'est plutôt culotte baissée
Quand je s'rai grande moi j'serai poupée gonflable
Pour des millions à se branler sur mon âme sur la toile

Y a une époque on rêvait d'autre chose
Autre chose que des dieux des communautés
Aujourd'hui c'est tous différents dans la même merde
Aujourd'hui c'est chacun sa gueule et j't'emmerde

Y a une époque on avait feu des idées
Y a une époque on osait liberté
Aujourd'hui on ose plus que sauver son cul
En marchant sur celui d'à côté

Y a une époque Paris c'était Paris
Y a une époque les filles étaient jolies
Y a une époque quoi te dire on rêvait
Y a un époque nos luttes
Dans les cafés

En cendres au fond d'un cendrier
Bébé y a quelque chose de louche
Toi tu rentres plus dans les bars
T'es partie dans la fumée
Quand on se partageait la flamme
Toi et moi
De bouche en bouche
Et nos bouches orphelines
Qui ont plus rien à sucer
Qu'à mouiller dans le vide
Bébé tu m'as laissé tout seul
Tu sait me manqueront toujours
Ces nuits où toi tu disais
Allume-moi
Allume-moi
Fais-moi venir entre tes lèvres
Et puis brûler à planer jusqu'à mourir dans ta bouche
Jusqu'à mourir
A la lumière de nos amours
Comme un mégot sur du velours
En cendres au fond d'un cendrier
Il faudra bien mourir
Et me finir
Entre tes lèvres
Quand dans le ciel on se soulève
Contre la gravité du monde
Mon amour quand tu tires
Quand tu fais brûler l'oxygène
Quand tu fais du bien dans la veine
Quand tu consommes et tu consumes
Quand on parle avec Dieu
Quand de nos feux c'est l'extinction
De l'incendie à l'horizon
Quand j'ai plus le choix que m'éteindre
Rallume-moi

T'es ma nicotine
T'es mon oxygène
T'es mon allumeuse
Quand tu creuses ma tombe
Quand je te prends quand je t'allume toi tu veux que j'avale
Quand t'as le feu au bout de toi toi tu dit j'ai pas mal
Dans la violence de nos amours sûr en mégot sur du velours
Nous partirons dans la fumée mon amour les yeux fermés
Je te respire et tu m'inspires jusqu'à nos expirations
Où allons-nous le savons-nous non sûrement pas en France
Mon amour dans les lieux publics on a viré délinquance
finies les soirées enfumées
Et les gitanes qui dansent

Et les gitanes qui dansent

Cigarro

E teve uma época que a gente ouvia os Clash
E teve uma época envolta nos cafés
E teve uma época que éramos Solidarnosc
Eu vivo à beira do rio

E teve uma época que éramos vermelhos no coração
É, sem partido, mas partidários da alma
E teve uma época que éramos azuis das chamas
Eu vivo à beira do rio

Uniformizados nossos ensinamentos
Sempre entre a grana e a grana
As crianças não sonham mais em andar na lua
Elas sonham em saber como fazer grana

E teve uma época em que as garotas tinham o punho levantado
Hoje é mais sobre a calcinha abaixada
Quando eu crescer, eu serei uma boneca inflável
Para milhões se masturbando na minha alma na internet

E teve uma época que sonhávamos com outra coisa
Outra coisa que não deuses ou comunidades
Hoje todo mundo é diferente na mesma merda
Hoje é cada um por si e que se dane

E teve uma época que tínhamos fogo nas ideias
E teve uma época que ousávamos liberdade
Hoje só ousamos salvar nosso próprio couro
Pisando no de quem está ao lado

E teve uma época que Paris era Paris
E teve uma época em que as garotas eram bonitas
E teve uma época, o que te dizer, sonhávamos
E teve uma época nossas lutas
Nos cafés

Em cinzas no fundo de um cinzeiro
Bebê, tem algo estranho
Você não entra mais nos bares
Você se foi na fumaça
Quando compartilhávamos a chama
Você e eu
De boca em boca
E nossas bocas órfãs
Que não têm mais nada pra chupar
Apenas molhar no vazio
Bebê, você me deixou sozinho
Você sabe que sempre vou sentir falta
Daquelas noites em que você dizia
Acende-me
Acende-me
Faz-me vir entre seus lábios
E então queimar e flutuar até morrer na sua boca
Até morrer
À luz dos nossos amores
Como um bituca em veludo
Em cinzas no fundo de um cinzeiro
Vai chegar a hora de morrer
E me acabar
Entre seus lábios
Quando no céu a gente se levanta
Contra a gravidade do mundo
Meu amor, quando você puxa
Quando você faz queimar o oxigênio
Quando você faz bem na veia
Quando você consome e consome
Quando falamos com Deus
Quando dos nossos fogos é a extinção
Do incêndio no horizonte
Quando não tenho mais escolha a não ser apagar
Reacende-me

Você é minha nicotina
Você é meu oxigênio
Você é minha isca
Quando você cava minha cova
Quando eu te pego, quando eu te acendo, você quer que eu engula
Quando você tem fogo na ponta de você, você diz que não dói
Na violência dos nossos amores, certeza, como uma bituca em veludo
Nós partiremos na fumaça, meu amor, com os olhos fechados
Eu te respiro e você me inspira até nossas expirações
Pra onde vamos, sabemos? Não, com certeza não na França
Meu amor, em lugares públicos, viramos delinquentes
Acabaram as noites embaçadas
E as ciganas que dançam

E as ciganas que dançam

Composição: Damien Saez