Les Anarchitectures
Aux agneaux égorgés au loin
Au chant du coq dans le lointain
A l'orée des grands champs de blé
Humanité les poings liés
Scotché à la lisière du bois
Petit poucet cherche pourquoi
Ses parents ont capitulé
Au grands vents des communicants
De tous nos temples les églises
N'ont plus le grand des cathédrales
Au temps des anarchitectures
Et des lance-pierres contre les murs
Les sacs de billes ont pris le large
Et les amours au coin des grives
Toutes ces choses d'autrefois
Putain je ne vois plus la rive
Puisqu'il faut accepter du temps
L'évolution toujours plus bas
Au vulgaire des concessionnaires
Des libertés pour nos enfants
Il sera équipé c'est sûr
Pour parler à la Terre entière
Mais n'aura rien à dire bien sûr
Que ce qu'il voit sur les écrans
Certains les plus bourgeois toujours
Sauront savoir garder leurs plumes
Quand le peuple verra ses ailes
Blessées sous les coups de l'enclume
C'est fini le temps des instruits
Le temps des populaires aussi
Fini le temps des littéraires
Au-dessus des comptes bancaires
Et des lilas dans les bouquets
Oublié le temps des muguets
Je ne vois que les chrysanthèmes
Des orthographes
Dans les poèmes
Finies les latines les racines
Au bon dos de nos origines
Finie la parole sacrée
Bonjour la parole au plus con
Fini les ni bon dieu ni maître
L'heure est au client du paraître
Fini le temps de nos jeunesses
Fini le chant des rossignols
Fini salut à toi mon frère
L'heure est aux champs des électrons
Abonnez-vous peuple de cons
Par satellites à d'autres cons
Au libre échange du néant
A chacun son bon mot bien sûr
C'est la liberté d'être con
La liberté
D'être ignorant
Tous égaux dans le carnaval
Je sais mon ami ça fait mal
C'est la liberté d'expression
C'est la liberté d'expression
Pour clamer à tous les faubourgs
Surtout à tous les râteliers
Nos faiblesses et puis nos discours
Sur nos tristes identités
Salut toi mon frère de faubourg
Salut à toi le Bérurier
Je ne vois rien aux alentours
Que des tristesses à bon marché
Salut à toi frère de banlieue
Toi qu'on voudrait laisser pourrir
Dans le ghetto des consommants
Dans le ghetto des illettrés
Salut à toi femme au combat
Toi dont la lutte a pris la rouille
Comment te dire mais de nos jours
Les féminismes manquent de couilles
Salut toi mon étoile au loin
L'illuminé de nos chemins
S'éclairera bientôt je sais
Si l'on n'en perd pas le parfum
Vigilance à tous nos esprits
Et feu de tous les journalismes
Puisque toujours il faut combattre
Des nouveaux temples
Les fascismes
As Anarquiteturas
Aos cordeiros degolados ao longe
Ao canto do galo na distância
Na beira dos grandes campos de trigo
Humanidade com os punhos atados
Grudado na borda da floresta
O pequeno polegar busca o porquê
Seus pais se renderam
Ao grande vento dos comunicadores
De todos os nossos templos as igrejas
Não têm mais a grandeza das catedrais
No tempo das anarquiteturas
E das estilingues contra os muros
Os sacos de bolinhas foram embora
E os amores na esquina das tordas
Todas essas coisas de outrora
Porra, não vejo mais a margem
Já que é preciso aceitar o tempo
A evolução sempre mais embaixo
Ao vulgar dos concessionários
Liberdades para nossos filhos
Ele estará equipado, é certo
Para falar com o mundo inteiro
Mas não terá nada a dizer, claro
A não ser o que vê nas telas
Alguns, os mais burgueses sempre
Saberão manter suas penas
Quando o povo ver suas asas
Feridas sob os golpes da bigorna
Acabou o tempo dos instruídos
O tempo dos populares também
Acabou o tempo dos literários
Acima das contas bancárias
E dos lilases nos buquês
Esquecido o tempo dos lírios
Só vejo os crisântemos
Das ortografias
Nos poemas
Acabaram-se as latinas, as raízes
Nas costas de nossas origens
Acabou a palavra sagrada
Bom dia à palavra mais burra
Acabou nem bom Deus nem mestre
A hora é do cliente da aparência
Acabou o tempo de nossas juventudes
Acabou o canto dos rouxinóis
Acabou, salve a ti, meu irmão
A hora é dos campos dos elétrons
Assinem, povo de idiotas
Por satélites a outros idiotas
Ao livre comércio do nada
A cada um sua boa palavra, claro
É a liberdade de ser burro
A liberdade
De ser ignorante
Todos iguais no carnaval
Eu sei, meu amigo, isso dói
É a liberdade de expressão
É a liberdade de expressão
Para clamar a todos os subúrbios
Principalmente a todos os armazéns
Nossas fraquezas e depois nossos discursos
Sobre nossas tristes identidades
Salve a ti, meu irmão de subúrbio
Salve a ti, o Bérurier
Não vejo nada ao redor
Apenas tristezas a bom preço
Salve a ti, irmão de periferia
Você que queriam deixar apodrecer
No gueto dos consumidores
No gueto dos analfabetos
Salve a ti, mulher na luta
Você cuja luta enferrujou
Como te dizer, mas hoje em dia
Os feminismos estão sem coragem
Salve a ti, minha estrela ao longe
O iluminado de nossos caminhos
Logo brilhará, eu sei
Se não perdermos o perfume
Vigilância a todos nossos espíritos
E fogo de todos os jornalismos
Já que sempre é preciso lutar
Contra os novos templos
Os fascismos