Grande Rio 2026 - Samir Trindade

Resistência e união em “Grande Rio 2026 - Samir Trindade”

“Grande Rio 2026 - Samir Trindade”, interpretada por Samba Concorrente, utiliza o mangue como símbolo central para abordar a luta social e cultural das periferias brasileiras. A música faz uma ponte entre a Baixada Fluminense (Caxias) e o Recife do Manguebeat, destacando a força das comunidades marginalizadas. O trecho “É cipó, é folha, é folha e cipó / É o sangue, e o mangue a luta, o suor” mostra como a natureza resiliente do mangue representa a capacidade de superação dessas comunidades, que, mesmo em meio à adversidade, conseguem se reinventar e resistir.

Inspirado pelo movimento Manguebeat, o samba-enredo homenageia figuras como Chico Science, além de citar maracatus, Mestre Salu e Daruê, reforçando a valorização da ancestralidade afro-brasileira e da cultura popular. A letra traz imagens de exclusão e esperança, como em “À beira do lixo, as margens da vida / Curelas feridas, caranguejo voa / Do lodo nascer, da fome renascer é mare cheia”, mostrando que, mesmo diante das dificuldades, há espaço para transformação. O refrão “Nós somos nós meu povo é nação unido na canção / Em Caxias, batida ecoou / É baixada e recife a lutar dois mundos / O mesmo clamor manguebeat, um país, meu lugar!” reforça o sentimento de pertencimento e união, ampliando o conceito de nação para além das fronteiras. Assim, a música celebra a cultura popular e convoca à resistência coletiva, apostando na esperança de um “novo Brasil” que floresce do mangue, símbolo de renovação.