Mangueira 2026 - Alexandre Naval

Tradição e resistência amazônica em “Mangueira 2026 - Alexandre Naval”

A música “Mangueira 2026 - Alexandre Naval”, interpretada por Samba Concorrente, destaca a fusão de elementos afro-indígenas e a celebração da ancestralidade amazônica, tendo Mestre Sacaca como símbolo central de resistência e sabedoria popular. O samba homenageia o curandeiro amapaense e faz referência direta a práticas espirituais e culturais do Norte do Brasil, como o maracá, o marabaixo e a reza Tucuju. Esses elementos reforçam a importância da preservação das tradições e da floresta, conectando a história local à identidade da Mangueira, representada pelas cores verde e rosa. A frase “Caboclo Preto Velho Verde e Rosa é meu sagrado” une a figura do Preto Velho, entidade respeitada nas religiões afro-brasileiras, ao caboclo, símbolo da miscigenação e força amazônica, e à própria escola de samba.

O contexto da seletiva inédita, que abriu espaço para compositores amapaenses na disputa do samba-enredo, valoriza o protagonismo local e a cultura amazônica. Isso se reflete em versos como “Na beira do rio / Guardou o balanço da maré / Na pororoca carregado de axé” e “No encontro dos igarapés / Quilombo vivo assentado em nossos pés”, que evocam a conexão espiritual com a natureza e a ancestralidade negra e indígena. A letra também menciona práticas tradicionais de cura, como “Folha seca pra benzer na moleira” e “Garrafada pra menina / Na fervura sete dias, sete noites ao luar”, ressaltando o papel de Mestre Sacaca como guardião dos saberes populares. Ao exaltar o Marabaixo e proclamar “A floresta vai vencer!”, a música se afirma como um manifesto de orgulho amazônico, espiritualidade e resistência, integrando símbolos religiosos, culturais e históricos para fortalecer a identidade da Mangueira e homenagear a riqueza do Norte do Brasil.