Mangueira 2026 - Lequinho e Cia

Diversidade e ancestralidade em “Mangueira 2026 - Lequinho e Cia”

"Mangueira 2026 - Lequinho e Cia", interpretado por Samba Concorrente, destaca-se por unir referências indígenas, africanas e amazônicas, celebrando a ancestralidade e a diversidade cultural brasileira. A letra propõe um encontro simbólico entre diferentes matrizes culturais, como fica claro na menção a "Oxóssi e Ossain" (orixás africanos), ao lado do "pajé encantado" e do "sacaca" (curandeiro amazônico). Esse diálogo entre culturas reforça o enredo da Mangueira para 2025, que valoriza a resistência dos povos bantus e a negritude no Rio de Janeiro, mostrando como tradições africanas e indígenas se entrelaçam e resistem ao longo do tempo.

A música utiliza símbolos marcantes, como a "sumaúma" (árvore sagrada da Amazônia), o "urucu" (pigmento vermelho indígena), o "maracá" (instrumento ritualístico), além de práticas como o "jongo" e o "marabaixo" (manifestações afro-brasileiras). Ao citar "aldeias aos quilombos, meu pertencer", a letra ressalta a trajetória de resistência e pertencimento das comunidades negras e indígenas. Versos como "quem guarda a cultura preserva o país" reforçam a importância da memória e da tradição na construção da identidade nacional. O trecho "preto velho, tronco de amapazeiro, nada pode aprisionar a sua fé" destaca a força espiritual das religiões de matriz africana, conectando fé, natureza e liberdade.

O refrão "deixa o morro descer pra Amazônia incorporar" simboliza a união entre o samba carioca e as tradições amazônicas, promovendo a integração dos diferentes "Brasis" em uma só celebração. O samba, assim, se apresenta como um manifesto de resistência, orgulho e valorização da diversidade cultural do país.