Viradouro 2025 - Cláudio Mattos e Cia

A Força Ancestral e a Resistência em 'Viradouro 2025'

A música 'Viradouro 2025', composta por Cláudio Mattos e Cia e interpretada pelo Samba Concorrente, é uma celebração da resistência e da força ancestral. A letra evoca a figura de Malunguinho, um líder quilombola e entidade espiritual reverenciada no Nordeste do Brasil, especialmente em Pernambuco. Malunguinho é retratado como um símbolo de resistência contra a opressão, alguém que desafia o sistema e abre caminhos para os oprimidos. A referência às matas e juremas, plantas sagradas na cultura afro-brasileira, reforça a conexão com a natureza e a espiritualidade.

A música também faz menção a elementos de proteção e luta, como a foice e o facão, e a importância da fé e da espiritualidade na resistência. A repetição de 'Okê caboclo! Quem plantou a aroeira?' e a resposta 'Fui eu! Fui eu!' simboliza a afirmação da identidade e da força do povo que resiste. A aroeira, uma árvore resistente e de madeira dura, é um símbolo apropriado para essa mensagem de resiliência. A letra também menciona a proteção dos indefesos e a vitória sobre o mal olhado, reforçando a ideia de que a espiritualidade e a fé são armas poderosas na luta contra a opressão.

A música culmina com a celebração da Viradouro, uma escola de samba que se apresenta como mensageira de três mundos, possivelmente referindo-se ao mundo físico, espiritual e ancestral. A imagem do 'fogo de alastrar' e do 'samba que incendiou' sugere a força transformadora da cultura e da tradição. A chave do cruzeiro, mencionada no final, pode ser interpretada como o acesso ao conhecimento e à sabedoria ancestral, um tesouro guardado e transmitido através das gerações. 'Viradouro 2025' é, portanto, uma ode à resistência, à espiritualidade e à força ancestral que continua a inspirar e guiar o povo na luta por justiça e liberdade.