Viradouro 2026 - Lucas Macedo e Cia

Homenagem a Ciça e à tradição em “Viradouro 2026 - Lucas Macedo e Cia”

A música “Viradouro 2026 - Lucas Macedo e Cia” presta uma homenagem sensível ao mestre de bateria Ciça, destacando sua trajetória desde as origens humildes no Morro de São Carlos até se tornar um símbolo de união e identidade para a comunidade do samba. O verso “Ê menino, que um dia desceu o São Carlos / Foi gingando no embalo, riscado no pé” faz referência direta ao início de Ciça, ressaltando sua ascensão no universo do samba e sua importância como formador de gerações. A letra utiliza o samba como metáfora de fé e a bateria como “cozinha” e “tempero” do terreiro, reforçando o papel central de Ciça não só como mestre, mas também como alguém que ensina a viver o samba como resistência e alegria coletiva.

O tom da música mistura nostalgia e celebração, como se vê em “Modernismo que me causa nostalgia / A voz doce em melodia, arquibancada em coro!”, evocando tanto a tradição quanto a inovação presentes na história da escola e do próprio Ciça. A menção à “odisséia desvairada da Estácio / Primeira medalha de ouro!” relembra a passagem marcante do mestre pela Estácio de Sá, onde conquistou respeito e reconhecimento, simbolizado pela “cruz de malta” no peito. Elementos de ancestralidade e espiritualidade aparecem em “É macumba de Alafiá!”, remetendo à proteção das religiões de matriz africana, fundamentais no samba. Ao citar nomes como André, Seu Hélio, Louro, Jorjão e Marçal, a letra valoriza a coletividade e a tradição da bateria. O refrão “Hoje a furacão prova seu amor / Eternamente professor!” resume o orgulho e a gratidão da Viradouro, reconhecendo Ciça como referência e inspiração para as próximas gerações.