Mocidade Alegre - Samba-Enredo 2025

Fé, resistência e ancestralidade em “Mocidade Alegre - Samba-Enredo 2025”

"Mocidade Alegre - Samba-Enredo 2025" traz uma mensagem forte sobre fé, resistência e orgulho negro, usando símbolos como o patuá para representar proteção e luta. O verso “Quem não pode com a Morada, não carrega patuá” destaca a força necessária para manter vivas as tradições e a espiritualidade afro-brasileira. O samba faz referência às bolsas de mandinga, amuletos trazidos por africanos islamizados e perseguidos pela Inquisição, mostrando como esses elementos se tornaram símbolos de resistência.

A letra também ressignifica termos como “macumba trazida no peito, feitiço nas mãos”, que historicamente foram usados de forma pejorativa, reafirmando-os como expressões legítimas de fé e herança ancestral. Ao citar Mali, o rosário e o opelê-ifá, a música conecta a trajetória dos povos africanos à cultura brasileira e ao sincretismo religioso. A menção à Revolta dos Malês reforça a luta dos escravizados islâmicos pela liberdade religiosa. Trechos como “Chega de esconder, não vamos aceitar a face da cruel ignorância” e “Gira, baiana, evoca os ancestrais, derrota a intolerância” mostram o combate ao racismo e à intolerância religiosa, incentivando o orgulho das raízes e a celebração da diversidade. O uso do terço como amuleto, em “Fé, na terça, o terço na mão”, reforça a ligação entre tradição e ancestralidade, mostrando como a fé se fortalece na coletividade. O samba transforma o desfile em um ato de afirmação cultural, celebrando a força da negritude e a importância das tradições afro-brasileiras.