Envidia
(Voy) ochenta mil personas reunidas en comunión
Conversan y esperan por ver a su Dios en acción
Se apaga la luz del estadio, aumenta la emoción
Poco a poco disminuye el murmullo y todos concentran su atención
Hacia un escenario que aún está oscuro, en completa quietud
Timbales redoblan de pronto y se enciende la multitud
Dos llamas fugaces se elevan, tocan el cielo
Por un segundo se intuyen la banda y su magnitud
Los graves resuenan en el aire
Pueden verse figuras animadas con láser
Coros y cuerdas todo llenan
Y los corazones empiezan a acelerarse
Apuntando al centro, dispara un cañón de luz (bien)
Y aparece la estrella del espectáculo
Como Jesucristo, con los brazos en cruz
Y un mar de personas gritando, elevando los brazos
Explosión de luces, miles de vatios
Dos guitarristas sobre plataformas descienden desde lo más alto
Hacen rugir los amplis, comienza el acto
Y no soy yo (y eso me pica por dentro)
Y no soy yo (ya no queda tiempo)
Afronté la realidad, sé que nunca voy a serlo
Y no soy yo (y eso me escuece por dentro)
Y no soy yo (malgasté mi tiempo)
Tal vez he cruzado el mar, pero no ascenderé al cielo
(Voy) y cuando veo un concierto por internet
De alguno de esos titanes que yo jamás voy a ser
Sé que no es solo dinero, tengo que reconocer
Talento, mérito y habilidad
El resto es una consecuencia lógica que les llegó después
Y me consuela pensar que existe justicia divina
Y si yo no estoy más arriba es porque no tengo el nivel
De michael jackson, de bunbury, beyoncé o eminem
Y acepto la penitencia, ¿tú eres la envidia sana de la que hablan?
Pero te puedes tornar en oscuridad absoluta
Y es que, la realidad, no siempre se me hace tan justa
Hay una capa de polución bajo el manto de estrellas (¿eh?)
Gente que llegó a la estratosfera y no se lo merece, eso me lacera
Siento en mi nuca tu aliento, apesta mi habitación
Me desgarras por dentro los intestinos con un strap-on
Contra mi voluntad, manchamos el colchón
Falta fuerza para resistirme mientras grito al cielo (eh)
Que no soy yo (y me revienta por dentro)
Y no soy yo (ya no queda tiempo)
Afronté la realidad, sé que nunca voy a serlo
Y no soy yo (y eso me arde por dentro)
Y no soy yo (malgasté mi tiempo)
Tal vez he cruzado el mar, pero no ascenderé al cielo
(Voy) y me frustra y te regalo un disfraz de vida injusta
Y despierto a tu lado aunque insisto en que no me gustas
Con tu fusta me golpeas, mi sangre no te asusta
Y mi calma, mi paz, mi sosiego desbarajustas
Y aunque pueda ser verdad que se premie la mediocridad
Es tan inútil esta rabia, este desear el mal
Te intento desterrar más sé que permanecerás en el umbral
Pues sabes bien que yo sin ti no puedo estar
Y contemplo en mí apego vil a seguir junto a ti
Cierto combustible que me impulsa a seguir
A batallar, a combatir, al inútil querer hundir
He de admitir que criticar, a veces, puede divertir
Y es extraño, porque tú y avaricia me hacéis caricias
Yo me engaño y lo llamo mi sentido de la justicia
Y he perdido la esperanza y no por ello la ambición
Envidia, me destruyes al ver en la cumbre a otro
Que no soy yo (y eso me arde por dentro)
Y no soy yo (ya no queda tiempo)
Afronté la realidad, sé que nunca voy a serlo, ja
Y no soy yo (y me desgarra por dentro)
Y no soy yo (malgasté mi tiempo)
Tal vez he cruzado el mar (bah), pero no ascenderé al cielo
Inveja
(Vou) oitenta mil pessoas reunidas em comunhão
Conversam e esperam pra ver seu Deus em ação
Apaga a luz do estádio, aumenta a emoção
Pouco a pouco diminui o murmúrio e todos concentram a atenção
Para um palco que ainda está escuro, em completa quietude
Timbais redoblam de repente e a multidão se acende
Duas chamas fugazes se elevam, tocam o céu
Por um segundo se intui a banda e sua magnitude
Os graves ressoam no ar
Podem-se ver figuras animadas com laser
Coros e cordas tudo preenchem
E os corações começam a acelerar
Apontando pro centro, dispara um canhão de luz (é)
E aparece a estrela do espetáculo
Como Jesus Cristo, com os braços em cruz
E um mar de pessoas gritando, levantando os braços
Explosão de luzes, milhares de watts
Dois guitarristas sobre plataformas descem do alto
Fazem os amplis rugirem, começa o ato
E não sou eu (e isso me incomoda por dentro)
E não sou eu (já não há mais tempo)
Enfrentei a realidade, sei que nunca vou ser
E não sou eu (e isso me queima por dentro)
E não sou eu (malgastei meu tempo)
Talvez eu tenha cruzado o mar, mas não ascenderé ao céu
(Vou) e quando vejo um show pela internet
De algum desses titãs que eu jamais vou ser
Sei que não é só dinheiro, tenho que reconhecer
Talento, mérito e habilidade
O resto é uma consequência lógica que chegou depois
E me consola pensar que existe justiça divina
E se eu não estou mais alto é porque não tenho o nível
De Michael Jackson, de Bunbury, Beyoncé ou Eminem
E aceito a penitência, você é a inveja boa de que falam?
Mas você pode se tornar em escuridão absoluta
E é que, a realidade, nem sempre me parece tão justa
Há uma camada de poluição sob o manto de estrelas (é?)
Gente que chegou à estratosfera e não merece, isso me fere
Sinto na minha nuca seu hálito, fede meu quarto
Me despedaça por dentro os intestinos com um strap-on
Contra minha vontade, manchamos o colchão
Falta força pra resistir enquanto grito ao céu (é)
Que não sou eu (e me explode por dentro)
E não sou eu (já não há mais tempo)
Enfrentei a realidade, sei que nunca vou ser
E não sou eu (e isso me queima por dentro)
E não sou eu (malgastei meu tempo)
Talvez eu tenha cruzado o mar, mas não ascenderé ao céu
(Vou) e me frustra e te dou um disfarce de vida injusta
E acordo ao seu lado embora insista que não gosto de você
Com seu chicote me golpeia, meu sangue não te assusta
E minha calma, minha paz, meu sossego desbarajusta
E embora possa ser verdade que se premie a mediocridade
É tão inútil essa raiva, esse desejar o mal
Tento te desterrar, mas sei que você vai ficar na porta
Pois sabe bem que eu sem você não posso estar
E contemplo em mim apego vil a seguir junto a você
Certo combustível que me impulsiona a seguir
A batalhar, a combater, ao inútil querer afundar
Devo admitir que criticar, às vezes, pode divertir
E é estranho, porque você e a avareza me fazem carícias
Eu me engano e chamo isso de meu senso de justiça
E perdi a esperança e não por isso a ambição
Inveja, você me destrói ao ver na cúpula outro
Que não sou eu (e isso me queima por dentro)
E não sou eu (já não há mais tempo)
Enfrentei a realidade, sei que nunca vou ser, ha
E não sou eu (e me despedaça por dentro)
E não sou eu (malgastei meu tempo)
Talvez eu tenha cruzado o mar (bah), mas não ascenderé ao céu