Nostalgia
Ando despacio por calles llenas de gente
Y me deleito con ella, mi soledad
Ese edificio de antaño que ahora no está
Lo echo de menos ya, sentimiento inherente
Esta actitud negativa hacia lo presente
Sé que de a poco, por dentro, va a carcomerme
Hago un intento vago por sobreponerme
Pero me rindo, pues no sería coherente
Si lo que veo no me gusta, ¿qué voy a hacer?
¿Cómo cambiar al humano y su estupidez?
Dicen que vea más allá, que hay amanecer
No tengo ganas, ¡dejadme en paz de una vez!
Tal vez me esté haciendo viejo, estoy tan cansado
Era un guerrero, pero eso se ha terminado
Ya no hay por lo que luchar, no me apetece gritar
No soy capaz de evitar mirar hacia atrás
Nostalgia, te puedes refugiar en mí
Si a cambio me dejas recrearme en ti
La niña consentida de curvas esculpidas
Jugando una partida que no tiene un fin
Y abro los ojos de día y todo me da igual
Y abro la boca si hay que almorzar, más me da igual
Abro la puerta y si corre el viento, me da igual
Abro los grifos, no sobra el agua y me da igual
Cierro los ojos tarde y no duermo y me da igual
Cierro la boca, ya no discuto, me da igual
Cierro la puerta de un golpe y mira, me da igual
Cierro mi grifo del alma porque me da igual
Y algo me dice: Reacciona, pero no tengo el control
Y nada es ya lo que era y solo me calma el alcohol
Y alguien me dice: Tal vez mañana sea un día mejor
Pero la gente no cambia y si cambia es para peor
Un hombre dijo esa frase, otro que me defraudó
Ya no me importa, pero en aquello tenía razón
¿Cómo no ser pesimista? Si miro a mi alrededor
Y todo es un sinsentido que mi energía drenó
Sin tiempo contemplo el río
Muy quieto, ¿qué importa el frío?
Contigo me siento vacío, vacío
Eres un ángel dorado, droga que me ha cautivado
Hasta se te ha perdonado ser el pecado olvidado
Eres palabras sin vida, eres tristeza inducida
Eres mi dulce asesina, tú
Nostalgia, te puedes recrear en mí
Si a cambio me dejas reflejarme en ti
Me asomo a cada espejo y encuentro un hombre viejo
Que no atisba motivos que le hagan seguir
Nostalgia, te puedes refugiar en mí
Si a cambio me dejas recrearme en ti
Mi niña consentida de lágrimas suicidas
Jugando mi partida, la que acaba aquí
Nostalgia
Ando devagar por ruas cheias de gente
E me deleito com ela, minha solidão
Aquele prédio antigo que agora não tá mais
Sinto falta já, é um sentimento inerente
Essa atitude negativa em relação ao presente
Sei que aos poucos, por dentro, vai me corroer
Faço uma tentativa vaga de me superar
Mas me rendo, pois não seria coerente
Se o que vejo não me agrada, o que vou fazer?
Como mudar o ser humano e sua estupidez?
Dizem pra eu olhar além, que há um amanhecer
Não tô a fim, me deixem em paz de uma vez!
Talvez eu esteja ficando velho, tô tão cansado
Era um guerreiro, mas isso já acabou
Não há mais pelo que lutar, não quero gritar
Não consigo evitar olhar pra trás
Nostalgia, você pode se refugiar em mim
Se em troca me deixar me perder em você
A menina mimada de curvas esculpidas
Brincando uma partida que não tem fim
E abro os olhos de dia e tudo me dá igual
E abro a boca se é hora do almoço, mas me dá igual
Abro a porta e se o vento corre, me dá igual
Abro as torneiras, não falta água e me dá igual
Fecho os olhos tarde e não durmo e me dá igual
Fecho a boca, já não discuto, me dá igual
Fecho a porta com um estrondo e olha, me dá igual
Fecho meu grifo da alma porque me dá igual
E algo me diz: Reaja, mas não tenho controle
E nada é mais como era e só o álcool me acalma
E alguém me diz: Talvez amanhã seja um dia melhor
Mas as pessoas não mudam e se mudam é pra pior
Um homem disse essa frase, outro que me decepcionou
Já não me importa, mas nisso ele tinha razão
Como não ser pessimista? Se olho ao meu redor
E tudo é um absurdo que drenou minha energia
Sem tempo contemplo o rio
Muito quieto, que importa o frio?
Contigo me sinto vazio, vazio
Você é um anjo dourado, droga que me cativou
Até te perdoaram por ser o pecado esquecido
Você é palavras sem vida, é tristeza induzida
Você é minha doce assassina, você
Nostalgia, você pode se recriar em mim
Se em troca me deixar refletir em você
Me aproximo de cada espelho e encontro um homem velho
Que não vê motivos que o façam seguir
Nostalgia, você pode se refugiar em mim
Se em troca me deixar me perder em você
Minha menina mimada de lágrimas suicidas
Brincando minha partida, a que acaba aqui
Composição: Ivan Santos Ortiz / John Doe