Hell de Janeiro

Naquele pique!

Hell de janeiro, na esquina sobre a Lua apenas um hell
No seu tribunal de rua sombrio e cruel
Onde lágrimas escorrem no abismo do céu
Transborda cachoeiras em forma de véu

Deus criou um paraíso lindo, com crianças colorindo
Só que povou com homens maus, e estes homens foram destruindo
Tudo aquilo que era lindo, transformando um paraíso em caos
Ao show de luzes que remetem cruzes
Quando balas de traçantes cruzam o céu a noite
A escravidão assume novas formas, tendo AK-47 mais moderno açoite

O clima quase sempre é bom, praias e mulatas, biquíni e batom
Sua paisagem inspira músicas e telas
Só que quase sempre chove bala nas favelas

O clima quase sempre é bom, praias e mulatas, biquíni e batom
Sua paisagem inspira músicas e telas
Só que quase sempre chove bala nas favelas

Jesus é o dono do lugar (Pai), por todo o lugar (Pai)
Pouco se praticam seus atos, na casa das onça, segura a responsa
No lugar de peixes, multiplicam ratos
Sentindo o bafo da morte na nuca
Jogando sinuca em qualquer butequim
Porque as facções tão comprando bazuca
Na guerra brazuca que nunca tem fim

Eu viajei foi de primeira classe
No meu fone, Sabotage
Quem dera que abafasse o grito dos camelôs
Sempre oferecendo marca, luxo e qualidade
Traz o meu latão, é três por dez e hoje sextou

Sonhei que a garota de Ipanema era morena
Não sou cento e cinquenta, no baile de favela
Com seu cabelo black e o bumbum roubando a cena
E o tom jobim fez no morro, fez música pra ela (fez música pra ela)

O clima quase sempre é bom, praias e mulatas, biquíni e batom
Sua paisagem inspira músicas e telas
Só que quase sempre chove bala nas favelas

O clima quase sempre é bom, praias e mulatas, biquíni e batom
Sua paisagem inspira músicas e telas
Só que quase sempre chove bala nas favelas

Apenas um hell
Sombrio e cruel
Um abismo do céu
Em forma de véu