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Prostitutas Audiovisuais (part. Mc Amarelo)

Sara Donato

Letra

    Ritmo e poesia eu não escrevo por escrever
    Tenho objetivo e foco naquilo que vou fazer
    Falar que é verdadeiro, cuidado, o mundo gira
    Diz que o rap evoluiu pra cantar o sonzinho que as mina pira
    'Chama as amigas' é o caralho, é tudo o mesmo tema
    Esse é o dilema, não se resolve os problemas
    Canta balada, cai na gandaia, já é tiração
    Maqueia o rap e esquece de passar informação
    Prostitutas vazias vinculadas a ilusão
    Audiovisuais realits sonoro.com
    Mentes vazias, vai ganham o mundo surreal
    Frio nas letras, banalidades fora do normal
    Olha o rap como é que tá, cê ainda fala que é progresso
    Vender ideologia tem nome, isso é regresso
    Agora exige respeito do povo que te ignora
    Mas cadê o respeito pelo rap que tu explora hein?

    [Mc Amarelo]
    O brilho da moeda os corrompe; falsas atitudes, falsos nomes.
    Vendem suas imagens e seus ideais; são como prostitutas audiovisuais

    Toca aí vai, deixa eu escutar essas merdas
    É 24 horas no ar poluindo a terra
    É tchu, tchatcha, tcherererê, vai se foder
    Mas é isso que cês quer, tanto fez tanto faz
    Vão cagando e andando e vocês seguindo atras
    É nos por nos, não precisamos de comedia
    Tá bom do jeito que tá, e se melhorar azeda
    Aqui é rap é cultura, é arte é comunhão
    Batizada na garoa fina, envolvendo sermão
    Pra pregar, pra salvar, e resgatar nas ideias
    Sendo o que somos sem agradar a plateia
    Quem é, se identifica, modifica sua visão
    Sente a pureza que vem do coração
    Da ibope falar de amor, mas eu não sou medidor de audiência
    Canto rap pesado mesmo, só pra não perder a essência
    (só pra não perder a essência)

    O brilho da moeda os corrompe; falsas atitudes, falsos nomes.
    Vendem suas imagens e seus ideais; são como prostitutas audiovisuais

    [Mc Amarelo]
    Informação é fundamental, rap de verdade
    mostra o bem e mostra o lado mal
    sem revolução na canção do rap nacional
    quer vender minha cultura, vende o seu buraco anal
    Eles escrevem 'cocô' e vira som de bacia
    A mídia bombardeia e o povo vicia
    Cria gente sem mente pra reconhecer as patifaria
    Só por isso que eu escreve rap, balde de água fria
    Olha só que ironia, via nego todo dia
    Que batia no peito gritando: Periferia!
    Mas o tempo mostra quem é quem, entendeu?
    Desses vários 'fala bosta', vários se vendeu
    Veja bem, não é errado tio, fazer um dinheiro
    Só que tem um porém, pra isso não virar puteiro
    Quer de 100? Eu também! Mas que seja verdadeiro
    Vou além, se eu crescer, que o rap cresça primeiro

    O brilho da moeda os corrompe; falsas atitudes, falsos nomes.
    Vendem suas imagens e seus ideais; são como prostitutas audiovisuais


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