395px

Adeus ao Folclore

Sarclo

Adieu au folklore

L'univers grâce à la technique
Ciné, radios, télévisions
N'est plus qu'un bloc monolithique
Sans chance aucune d'évasion
Formalités, visas, frontières
Peuvent bien disposer partout
Pour nous embêter leurs barrières
Les micros qui parlent, on s'en fout
Avec le Niagara d'images
Que déverse le cinéma
Il fait un monde sans visage
Neutre, grisaille, banal et plat
Lavage intensif et ses drôles
Injection mais à haute dose
De vitriol et d'eau de rose
Renaud Line et Gilbert Bécaud

Ainsi docilement mais en douce
Grâce aux slogans des hauts-parleurs
Comme roi dont l'esprit s'émousse
Descend l'échelle des valeurs
Nivellement systématique
Voici venir l'homme-robot
Sans réflexion ni sens critique
Sans coeur, sans tripes ni cerveau
Acceptant tout : même cuisine
Même film, mêmes préjugés
Mêmes habits, même doctrine
Plus la peine de voyager
Paris, Tokyo, San Francisco
Mêmes bars, même limonade
Même idéal, même salade
Renaud Line et Gilbert Bécaud

Que reste-t-il du vrai folklore
Coloré, vivant, émouvant ?
Le ciné, les ondes sonores
L'ont noyé sous leurs flots mouvants
Pour le voyageur de passage
Altéré d'authenticité
Les producteurs très à la page
Font du folklore à volonté
France des vaches, Garde Républicaine
Lauterbach, valet d'opéra
Sarclo, Bühler, la coupe est pleine
Servez chaud, folklore vaudois !
Mais que devient le flamenco
Dans la péninsule ibérique
A Granada sous les portiques ?
Cette voix, c'est Gilbert Bécaud !

Ainsi va ce monde grisaille
Ainsi le sel perd sa saveur
Espagne, Ukraine ou Cornouailles
Où sont donc vos fraîches couleurs ?
La paysanne catalane
Veut s'habiller comme à Paris
Elle abandonne la sardane
Pour danser le boogie-woogie
Tout se vide et se banalise
Un faux vernis anglo-saxon
Ennuyeux comme une banquise
Recouvre tout jusqu'aux chansons
C'est ainsi qu'à tous les échos
Exprimant l'idéal du monde
On entend détonner les ondes
Dans la nature à pleins tuyaux

Adeus ao Folclore

O universo graças à técnica
Cine, rádios, televisões
Não é mais que um bloco monolítico
Sem chance alguma de escape
Formalidades, vistos, fronteiras
Podem muito bem estar por toda parte
Para nos incomodar com suas barreiras
Os microfones que falam, a gente não liga
Com a enxurrada de imagens
Que o cinema despeja
Ele cria um mundo sem rosto
Neutro, cinza, banal e chato
Lavagem intensa e suas coisas estranhas
Injeção, mas em alta dose
De vitriol e água de rosas
Renaud Line e Gilbert Bécaud

Assim, docilmente, mas na surdina
Graças aos slogans dos alto-falantes
Como um rei cujo espírito se apaga
Desce a escada dos valores
Nivelamento sistemático
Aqui vem o homem-robô
Sem reflexão nem senso crítico
Sem coração, sem tripas nem cérebro
Aceitando tudo: até comida
Até filme, mesmos preconceitos
Mesmas roupas, mesma doutrina
Não há mais necessidade de viajar
Paris, Tóquio, São Francisco
Mesmos bares, mesma limonada
Mesmo ideal, mesma salada
Renaud Line e Gilbert Bécaud

O que resta do verdadeiro folclore
Colorido, vivo, emocionante?
O cinema, as ondas sonoras
Afogaram-no sob seus fluxos mutantes
Para o viajante de passagem
Alterado de autenticidade
Os produtores muito antenados
Fazem folclore à vontade
França das vacas, Guarda Republicana
Lauterbach, criado de ópera
Sarclo, Bühler, a taça está cheia
Sirvam quente, folclore vaudense!
Mas o que acontece com o flamenco
Na península ibérica
Em Granada sob os arcos?
Essa voz, é Gilbert Bécaud!

Assim vai este mundo cinza
Assim o sal perde seu sabor
Espanha, Ucrânia ou Cornualha
Onde estão suas cores frescas?
A camponesa catalã
Quer se vestir como em Paris
Ela abandona a sardana
Para dançar o boogie-woogie
Tudo se esvazia e se banaliza
Um falso verniz anglo-saxão
Entediante como uma geleira
Cobre tudo até as canções
É assim que em todos os ecos
Expressando o ideal do mundo
Ouvimos as ondas estourarem
Na natureza a plenos pulmões

Composição: