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3 Dimensões (feat. Sensei)

SARKÁZTIKU

Letra

    Apresento-vos em 3 dimensões, a terra do pânico
    Relatada na primeira pessoa, na voz do raporter sarkáztiku
    Ao vivo e em directo, presencio esta guerra
    Deus esqueceu essa terra e o demônio impera

    Aqui se dormes sono, a tua vida já era.
    Passas a defunto, e és relembrado anualmente em missas do sétimo dia
    Com velas acessas e rezas de ave maria
    O que vês na tela aqui faz-se na prática

    Não são gangstars de studio, nem invenção cinematográfica
    Kamikazes suburbanos, quando saem à rua
    O inverno aquece, o sol vira lua
    Aqui a realidade sobrepõe, a ficção e os contos de fada

    Há de tudo um pouco, até a morte encomendada
    Todas as madrugadas o assalto à mão armada
    É uma constante, e muitas almas são empurradas
    Por conseqüência disso, o brilho da alvorada

    Trás consigo, da noite passada a noticia que desagrada
    Do fulano que morreu, do sicrano que levou uma bala
    Da jovem que de sete machos, levou uma catete-cabala

    Armas, drogas, maratonas é o que, mas temos
    Escolas e centros médicos, contam-se pelos dedos
    Armas, drogas, maratonas é o que, mas temos
    Escolas e centros médicos, contam-se pelos dedos

    3 dimensões realidades da minha rua
    Onde o inverno aquece e o sol vira lua
    Vendedoras de vagina
    Abudam aos montes ao virar de cada esquina

    Tem um gangster com uma aka 47
    Mano o clima aqui é quente
    Só mesmo vendo contando há quem não acredita
    A juventude raramente chega aos 30

    A preto e branco e não a cores aqui tu sentes as dores
    Do real sentido da palavra horrores
    Amigos te esfaqueiam as garinas te corneiam
    Os ngapas te golpeiam policias te penteiam

    Sem esquecer os putos que em cada esquina te tramancam
    Aqui tem vaga pra tudo menos pra o emprego
    As lutas de grupo é o constante tira sossego
    O interesse ao dinheiro é um obrigatório apego

    Aqui todos são guias mesmo até os cegos
    Se até paninas facturam a levar no derrego
    Um aconchego de ternura só recebes quando há lucros em jogo
    A ferro e fogo as necessidades testemunham os açoites do desemprego

    Aqui o dedo no gatilho é mas perigoso que atear fogo no rastilho
    Pois caras cicatrizadas nunca justificam inocência nos estrilhos
    E nestes trilhos perdem-se muitos com cara amarga
    E lágrimas nos olhos viram que o choro pelo leite derramado

    Não soluciona os abrolhos que envenenam o molho
    Que alimentam os entrefolhos é a visão não nítida do jornalista zarolho
    Que ofusca cada vez mas as notícias destes telejornais mbacos
    Em que as manchetes são duvidosas como o negócio do gato no saco

    Amigos te esfaqueiam as garinas te corneiam
    Os ngapas te golpeiam policias te penteiam

    3 dimensões realidades da minha rua
    Onde o inverno aquece e o sol vira lua
    Vendedoras de vagina
    Abudam aos montes ao virar de cada esquina

    Tem um gangster com uma aka 47
    Mano o clima aqui é quente
    Só mesmo vendo contando há quem não acredita
    A juventude raramente chega aos 30


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