Je suis un homme sérieux
Je suis un homme sérieux
LE PETIT PRINCE:
- Bonjour!
Votre cigarette est éteinte.
Bonjour!
LE BUSINESSMAN:
Trois et deux font cinq
Et cinq plus sept font douze
Et douze plus trois égalent bien quinze.
Bonjour.
Vingt-deux et six vingt-huit
Pas le temps de la rallumer
Vingt-six et cinq font trente et un
Ça me fait donc cinq cent un millions
Six cent vingt-deux mille
Sept cent trente et un
LE PETIT PRINCE:
- Cinq cent un millions de quoi?
LE BUSINESSMAN:
Tiens tu es toujours là
Cinq cent un millions de...
Je ne sais même plus
LE PETIT PRINCE:
- Cinq cent un millions de quoi?
LE BUSINESSMAN:
J'ai tellement de travail
Je ne peux pas m'amuser
Avec toutes ces balivernes
LE PETIT PRINCE:
- Des millions de quoi?
LE BUSINESSMAN:
Tu ne dois pas me déranger
Deux et cinq font sept
Je suis un homme sérieux
LE PETIT PRINCE:
- Cinq cent un millions de quoi?
LE BUSINESSMAN:
Des millions d'étoiles
Auxquelles rêvent les paresseux
Que je change en calcul mental
Moi qui suis un homme sérieux j'ai besoin
J'ai besoin de posséder pour me rassurer
J'ai besoin de me sentir riche pour exister
Des millions d'étoiles
Que je ne sais que compter
Moi qui n'ai jamais rêvé
Trois et deux font cinq
Et cinq plus sept font douze
Et douze plus trois égalent bien quinze
Quinze et sept vingt-deux
Vingt-deux et six vingt-huit
Vingt-six et cinq font trente et un
Ça me fait donc cinq cent un millions
Six cent vingt-deux mille
Sept cent trente et un...
Le businessman
LE PETIT PRINCE:
- D'étoiles, je sais. J'ai déjà vu un roi qui possédait une étoile.
LE BUSINESSMAN:
- Mais les rois ne possèdent pas, ils régnent sur, c'est très différent.
LE PETIT PRINCE:
- Et comment peut-on posséder une étoile?
LE BUSINESSMAN:
- Je possède les étoiles parce que personne avant moi n'a pensé à les posséder.
LE PETIT PRINCE:
- Ça c'est vrai, mais tu ne peux pas cueillir une étoile comme je peux cueillir une fleur et l'emporter.
LE BUSINESSMAN:
- Non, mais je peux les placer en banque. J'écris sur un petit papier le nombre de mes étoiles et je l'enferme à clé dans un tiroir.
LE PETIT PRINCE:
- C'est assez poétique, mais ce n'est vraiment pas très sérieux. Moi je ramone mes volcans et j'arrose ma fleur, aussi c'est utile à mes volcans et c'est utile à ma fleur que je les possède. Mais toi tu n'es pas utile aux étoiles. Je voudrais aller voir ailleurs. Voilà une jolie planète.
LE BUSINESSMAN:
- C'est une planète minuscule, et absurde. A quoi peut bien servir, dans le ciel, sur une planète sans maison ni population, un réverbère et un allumeur de réverbère?
LE PETIT PRINCE:
- Peut-être bien que cet homme est absurde. Moins cependant que vous tous, parce que, quand il allume son réverbère, c'est comme s'il faisait naître une étoile de plus, ou une fleur. Quand il éteint son réverbère, ça endort l'étoile ou la fleur. C'est une occupation très jolie et véritablement utile, puisque c'est joli. Adieu.
Les grandes personnes sont décidément tout à fait extraordinaires.
Pourquoi éteins-tu ton réverbère? Tu viens à peine de l'allumer.
Eu sou um homem sério
Eu sou um homem sério
O PRÍNCIPE PEQUENO:
- Olá!
Sua cigarro está apagado.
Olá!
O EMPRESÁRIO:
Três e dois são cinco
E cinco mais sete são doze
E doze mais três dá quinze.
Olá.
Vinte e dois e seis, vinte e oito
Sem tempo pra acender de novo
Vinte e seis e cinco são trinta e um
Isso me dá quinhentos e um milhões
Seiscentos e vinte e dois mil
Setecentos e trinta e um
O PRÍNCIPE PEQUENO:
- Quinhentos e um milhões de quê?
O EMPRESÁRIO:
Olha, você ainda está aqui
Quinhentos e um milhões de...
Eu nem sei mais
O PRÍNCIPE PEQUENO:
- Quinhentos e um milhões de quê?
O EMPRESÁRIO:
Eu tenho tanto trabalho
Não posso me divertir
Com todas essas bobagens
O PRÍNCIPE PEQUENO:
- Milhões de quê?
O EMPRESÁRIO:
Você não pode me atrapalhar
Dois e cinco são sete
Eu sou um homem sério
O PRÍNCIPE PEQUENO:
- Quinhentos e um milhões de quê?
O EMPRESÁRIO:
Milhões de estrelas
Com as quais os preguiçosos sonham
Que eu transformo em cálculo mental
Eu, que sou um homem sério, preciso
Preciso possuir pra me sentir seguro
Preciso me sentir rico pra existir
Milhões de estrelas
Que só sei contar
Eu, que nunca sonhei
Três e dois são cinco
E cinco mais sete são doze
E doze mais três dá quinze
Quinze e sete, vinte e dois
Vinte e dois e seis, vinte e oito
Vinte e seis e cinco são trinta e um
Isso me dá quinhentos e um milhões
Seiscentos e vinte e dois mil
Setecentos e trinta e um...
O empresário
O PRÍNCIPE PEQUENO:
- De estrelas, eu sei. Já vi um rei que possuía uma estrela.
O EMPRESÁRIO:
- Mas os reis não possuem, eles reinam, é bem diferente.
O PRÍNCIPE PEQUENO:
- E como se pode possuir uma estrela?
O EMPRESÁRIO:
- Eu possuo as estrelas porque ninguém antes de mim pensou em possuí-las.
O PRÍNCIPE PEQUENO:
- Isso é verdade, mas você não pode colher uma estrela como eu posso colher uma flor e levá-la.
O EMPRESÁRIO:
- Não, mas eu posso colocá-las no banco. Eu escrevo em um papelzinho o número das minhas estrelas e tranco na gaveta.
O PRÍNCIPE PEQUENO:
- Isso é bem poético, mas não é muito sério. Eu cuido dos meus vulcões e rego minha flor, então é útil para meus vulcões e é útil para minha flor que eu as possua. Mas você não é útil para as estrelas. Eu gostaria de ver outros lugares. Olha, um planeta bonito.
O EMPRESÁRIO:
- É um planeta minúsculo e absurdo. Pra que serve, no céu, em um planeta sem casa nem população, um lampião e um acendedor de lampião?
O PRÍNCIPE PEQUENO:
- Talvez esse homem seja absurdo. Menos, no entanto, que todos vocês, porque, quando ele acende seu lampião, é como se estivesse fazendo nascer mais uma estrela, ou uma flor. Quando ele apaga seu lampião, isso adormece a estrela ou a flor. É uma ocupação muito bonita e realmente útil, já que é bonita. Adeus.
Os adultos são realmente extraordinários.
Por que você apaga seu lampião? Você acabou de acendê-lo.
Composição: Ricardo Cocciante