Kubeli

Resistência e superação em "Kubeli" do SÉKETXE

"Kubeli", do SÉKETXE, retrata de forma direta a trajetória dos integrantes do grupo, que deixaram para trás uma vida de delinquência para buscar superação e expressão através do rap. O termo "kubeli" — um cigarro artesanal, geralmente associado ao consumo de maconha — é usado como metáfora para a dureza e a resistência necessárias para sobreviver nos bairros periféricos de Luanda. Quando o grupo afirma "a vida é muito dura, tipo 'tás a inalar o kubeli", eles deixam claro que o cotidiano é pesado e difícil de suportar, e que "usar bem o kubeli" significa saber enfrentar as adversidades e tirar força das experiências vividas nas ruas.

A letra mistura gírias locais e referências à cultura urbana de Luanda, como "murtalha" (papel de enrolar) e menções ao "Rap Cia", grupo pioneiro do rap angolano, demonstrando respeito às raízes do gênero. Ao dizer "nós deixamos as catanas pra meter a vida no Kubeli", o SÉKETXE revela a decisão de abandonar a violência e o crime para investir na música como ferramenta de transformação. O refrão "mas eu 'tô a usar bem kubeli" reforça que, apesar das dificuldades, eles aprenderam a sobreviver e a se destacar, usando o rap como forma de afirmação e esperança. A música é um retrato autêntico da luta, resiliência e criatividade dos jovens dos bairros de Luanda, que buscam um novo caminho longe da criminalidade.