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Flores

Sergio Endrigo

Fiori

Fiori
Fiori, signori
Fiori gialli a primavera
E per gli amori
Per gli amori di una sera
Fiori rossi traditori
Fiori veri
Che sembrano finti
Fiori dipinti
Sulla tua pelle
Fiori di vento
Nei tuoi capelli
Fiori ribelli
Che sembrano veri
Se hai perduto le parole
Dillo con gelsomini e viole
Con le camelie di Parigi, o cara
E intanto fuori si spara
Tra le rose di Baghdad
E i tulipani di Amsterdam

Fiori
Fiori, signori
Fiori azzurri profumati
E tra le mani
Tra le mani dei soldati
Fiori a perdere e a morire
Fiori veri
Che sembrano falsi
Fiori scomparsi
Dai vecchi muri
Fiori di piombo
E di cobalto
Fiori già bianchi
Che sembrano neri
Così muore la speranza
Fiori freschi in una stanza
Per un momento fan felice il cuore
E intanto fuori si muore
Fra i bei gigli di Gesù
E le lenticchie di Esaù

Fiori
Fiori, signora
Non doveva disturbarsi
Sono rose, tuberose e poi nasturzi
E il biglietto degli auguri
E i papaveri
Fiori innocenti
Fiori falciati
Insieme al grano
E che non danno
Nemmeno pane
Fiori di sangue
Caduti per niente
Dai un fiore al dittatore
Guarda che ti vuole abbracciare
Bambino mio non devi aver paura
E intanto fuori si tortura
Tra le rose di Baghdad
E i tulipani di Amsterdam

Flores

Flores
Flores, senhores
Flores amarelas na primavera
E para os amores
Para os amores de uma noite
Flores vermelhas traidoras
Flores verdadeiras
Que parecem falsas
Flores pintadas
Na tua pele
Flores de vento
Nos teus cabelos
Flores rebeldes
Que parecem verdadeiras
Se perdeste as palavras
Diga com jasmins e violetas
Com as camélias de Paris, oh querida
Enquanto lá fora se dispara
Entre as rosas de Bagdá
E os tulipas de Amsterdã

Flores
Flores, senhores
Flores azuis perfumadas
E nas mãos
Nas mãos dos soldados
Flores para perder e morrer
Flores verdadeiras
Que parecem falsas
Flores desaparecidas
Dos velhos muros
Flores de chumbo
E de cobalto
Flores já brancas
Que parecem negras
Assim morre a esperança
Flores frescas em um quarto
Por um momento alegram o coração
Enquanto lá fora se morre
Entre os belos lírios de Jesus
E as lentilhas de Esaú

Flores
Flores, senhora
Não precisava se incomodar
São rosas, tuberosas e depois cravos
E o bilhete de felicitações
E os papoulas
Flores inocentes
Flores ceifadas
Junto com o trigo
E que nem mesmo dão
Pão algum
Flores de sangue
Caídas em vão
Dê uma flor ao ditador
Veja que ele quer te abraçar
Meu filho, não tenha medo
Enquanto lá fora se tortura
Entre as rosas de Bagdá
E os tulipas de Amsterdã

Composição: