395px

Os Oceanos do Vazio

Seth

Les Océans Du Vide

A la mort, l’Œuvre au Noir, feux du soir, l'Athanor!

Comme un blême soleil tombant en plein hiver
Voici venu le mois de ton appareillage
Vers le dernier sommeil, que l'artiste révère
Délesté des pourquoi pour fuir sans arrimage

Sous cette barque dort l'exquise obscurité
Dans laquelle l'éclat des étoiles se meurs
Seuls rutilent alors les yeux de ton nocher
Quel sinistre convoi vers l'escale en malheur!

De Charybde en Scylla, grand ancien éprouvé
Si las de ressasser souffrances et tracas
Seule la mort pourra, dernière à te piéger
Assourdir pour ta paix, du ressac les fracas

Aux confins du néant surgit Poséidon
Son trident projetant la vague scélérate
Elle cingle, inondant l'ultime embarcation
Ton vieux corps éclatant en gerbes écarlates

À la mort, l’Œuvre au Noir, feux du soir, l'Athanor!

Ce vermeil de ton sang fuse de ces misères
S'étiole en verdoyant, songe des profondeurs
La narcose s'étend; ton souffle se libère
Tu hurles en te noyant: Va au Diable, ma peur!

Adieu triste vie, et ses émois
Ivresse infinie, je suis à toi!

Du vide, envahissant, qui remplit tout ton corps
Qui pâlit en chutant, au fond des océans
Du vide, sidérant. La noirceur de la mort
T'étrangle en te noyant, au fond des océans

Du vide, rugissant, qui dévore ton cœur
Tu accueilles la mort, au fond des océans
Du vide, t'enclavant; ta nouvelle demeure
Pour l'éternité, dors! Au fond de l'océan

Os Oceanos do Vazio

Para a morte, a Obra ao Negro, fogo da noite, o Athanor!

Como um pálido sol caindo em pleno inverno
Chegou o mês da tua partida
Para o último sono, que o artista reverencia
Despojado dos porquês para fugir sem amarra

Sob este barco dorme a exata escuridão
Na qual o brilho das estrelas se apaga
Apenas brilham então os olhos do teu barqueiro
Que sinistra caravana em direção ao porto do infortúnio!

De Cila a Caríbdis, grande ancião provado
Tão cansado de remoer sofrimentos e problemas
Somente a morte poderá, última a te aprisionar
Abafar para tua paz, o estrondo das ondas

Nos confins do nada surge Posêidon
Seu tridente lançando a onda maldita
Ela corta, inundando a última embarcação
Teu velho corpo explodindo em jorros escarlates

Para a morte, a Obra ao Negro, fogo da noite, o Athanor!

Este rubro do teu sangue brota dessas misérias
Se esvai em verdejante, sonho das profundezas
A narcose se estende; teu sopro se liberta
Tu gritas ao te afogar: Vai para o Inferno, meu medo!

Adeus triste vida, e suas emoções
Êxtase infinito, eu sou teu!

Do vazio, invadindo, que preenche todo o teu corpo
Que empalidece ao cair, no fundo dos oceanos
Do vazio, estarrecedor. A escuridão da morte
Te estrangula ao te afogar, no fundo dos oceanos

Do vazio, rugindo, que devora teu coração
Tu acolhes a morte, no fundo dos oceanos
Do vazio, te aprisionando; tua nova morada
Pela eternidade, dorme! No fundo do oceano

Composição: