Fui e Voltei

Reflexão sobre autossabotagem e crítica social em “Fui e Voltei”

“Fui e Voltei”, de Shawlin, aborda de forma direta como a autossabotagem e a busca inconsciente pelo sofrimento fazem parte do comportamento humano. No verso “Acho que o homem de hoje não vive bem se não há algo que o condena / Necessidade de uma dor que torne as coisas boas plenas”, o artista destaca a dificuldade de valorizar momentos positivos sem a presença de desafios, sugerindo que o sofrimento se tornou quase indispensável para dar sentido à vida. Essa análise se conecta ao contexto da música, que mostra como as pessoas tendem a criar ou buscar problemas mesmo quando não há necessidade real para isso.

Shawlin também critica a negligência ambiental e a hipocrisia social. Ao dizer “Nego fode a Amazônia e o ozônio tá ligado / Vivemos no mesmo mundo em conivência combinado”, ele denuncia tanto a destruição ambiental quanto a passividade coletiva diante desses problemas. O artista expressa frustração com a falta de ação das autoridades e com a priorização de questões menores, como “reclamar do meu cigarro”, enquanto problemas graves são ignorados. O trecho “Mais pessoas, mais produtos, menos comida e recursos” reforça a preocupação com o consumismo e a escassez de recursos naturais.

O refrão “Mas no jogo do amor muitas vezes errei / Mas em um momento eu fui e no outro eu voltei” funciona como metáfora para a busca de equilíbrio e redenção após erros, tanto nos relacionamentos quanto nas escolhas do dia a dia. A ideia de “ir e voltar” simboliza a tentativa constante de retomar o caminho certo, mostrando a responsabilidade individual diante das falhas coletivas. Assim, “Fui e Voltei” une crítica social e ambiental a uma reflexão pessoal sobre integridade, arrependimento e mudança.